Para Lúcia Souto, a solução contra golpistas é ‘radicalizar a democracia’

A ex-presidenta do Cebes e integrante do GT de Saúde da equipe de transição do governo Lula, Lúcia Souto, deu uma entrevista nessa quarta (18) para o portal Tutaméia. A conversa abordou a posse do novo governo, a composição do novo ministério, a tentativa de golpe do dia 8 de Janeiro, o cenário da Saúde descoberto pelo GT e as primeiras ações de Nísia Trindade, nova ministra da Saúde.

Para Lúcia, foi necessário “coragem política” para nomear quadros como Nísia Trindade (Ministério da Saúde), Anielle Franco (Ministério da Igualdade Racial), Silvio de Almeida (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania), Margareth Menezes (Ministério da Cultura), Marina Silva (Ministra do Meio Ambiente) e outros nomes.

A sanitarista acredita que os ataques à Praça dos Três Poderes em 8 de Janeiro de 2023 é resultado direto do neoliberalismo que ganhou terreno pelo mundo nos últimos anos. “Uma sociedade sem direitos, com o mínimo para a sociedade e o máximo para meia dúzia de bilionários acaba criando um caldo de cultura para revolta“. Segundo ela, apoio inédito de países como os Estados Unidos, que também sofreu com tentativa de golpe de apoiadores do ex-presidente Trump, garantiu que o governo Lula resistisse às pressões dos golpistas.

No seu entendimento, a solução contra ação de golpistas é “radicalizar a democracia” aumentando a participação da sociedade civil na composição de políticas públicas.

Lúcia também contou sobre como o diagnóstico do GT de Saúde da equipe de transição foi fundamental para as primeiras iniciativas do Ministério de Saúde do governo eleito. Uma das principais ações foi o fortalecimento do papel da Pasta como coordenadora do Sistema Único de Saúde. “Nísia já participou da primeira reunião tripartite com Estados e Municípios“. Esse alinhamento ajuda na execução de políticas públicas de Saúde e vai facilitar, por exemplo, a reestruturação do Programa Nacional de Imunização.

A pesquisadora da Fiocruz finalizou sua fala lembrando do Fórum Social Mundial, que acontece no dia 23 de janeiro em Porto Alegre. No evento, vai haver uma reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para fortalecer a preparação da 17ª Conferência Nacional de Saúde – cujo maior objetivo é aumentar a participação social, com orçamento participativo, na construção do Plano Nacional de Saúde,

Assista a entrevista na íntegra no link ou a seguir: