Plano de saúde lidera reclamações no Idec

Guilherme Araújo/ Correio Braziliense
Das 13.541 queixas encaminhadas ao instituto, 26,66% foram contra operadoras.

A estudante Beatriz Ferraz, 23 anos, não conseguiu se consultar, sem pagar R$ 200, mesmo tendo um plano com abrangência nacional. O hospital alegou que aceitava apenas planos regionais. Casos como esse acontecem frequentemente com milhares de brasileiros, que recorrem cada vez mais aos órgãos reguladores e institutos de defesa do consumidor para registrar queixas contra as operadoras. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), por exemplo, recebeu 13.541 reclamações em 2013. O setor de planos de saúde lidera a lista, pelo segundo ano consecutivo, com 26,66 % das queixas registradas — negativa de cobertura e reajustes anuais abusivos. Um aumento de 6,26% se comparado a 2012.

Do total de solicitações atendidas pelo instituto, 8.040 foram reclamações e dúvidas de consumo, e 5.501, pedidos de informação sobre os processos judiciais do Idec. “A partir do momento em que o consumidor busca uma orientação é porque ele sabe que está sendo lesado e prejudicado de alguma forma”, ressaltou a advogada do Idec Joana Cruz.

Procurada, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) disse, em nota, que a partir de amanhã ampliará o modelo de fiscalização e “as reclamações não assistenciais — aquelas que englobam temas como reajustes indevidos, alteração da rede credenciada e questões relativas aos contratos com as operadoras também gerarão notificações e prazos definidos para sua resolução”. As operadoras terão que resolver esses problemas será de 10 dias úteis. A agência informou ainda que recebeu, no ano passado, mais de 102 mil queixas. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa as operadoras de planos de saúde, não retornou até o fechamento da reportagem.

O setor financeiro, que envolve bancos, cartões de crédito, financiamento e consórcio, ficou em segundo lugar no ranking, com 16,73% das queixas. As principais foram sobre cobranças indevidas e negativa de renegociação de dívida. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alegou, em nota, que a maioria dos registros foram feitos por consumidores que não conseguiram honrar com seus compromissos porque “contraíram dívidas além de sua capacidade de pagamento”. Mesmo assim, “os bancos realizaram milhares de renegociações .” O Idec recebeu ainda reclamações de produtos com defeito (13,05%) e de serviços de telecomunicações (12,53%).

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