Posicionamento do Cebes sobre o conflito na faixa de Gaza
Na tarde dessa segunda (23), durante o Cebes Debate que debateu o conflito na faixa de Gaza, entre Israel e forças do Hamas, o presidente do Cebes, Carlos Fidelis, leu o posicionamento da diretoria sobre o assunto, defendendo o cessar-fogo e condenando os crimes de guerra cometidos. Veja a seguir:
Acompanhamos com imensa tristeza e preocupação o horror do conflito que atinge palestinos e israelenses. Manifestamos aqui nossa solidariedade às famílias árabes e israelenses vítimas de um confronto insano que tem por trás a ação de grupos extremistas, interesses geopolíticos imperialistas e uma política belicista que pode levar ao extermínio do povo palestino e a tomada definitiva de seus territórios como resultado de um processo que não teve início agora.
Defendemos o imediato cessar-fogo, o envio de ajuda humanitária para região e a condenação internacional aos crimes de guerra cometidos contra civis, grande parte deles crianças. Condenamos o intenso bombardeio que atingiu hospitais, escolas e moradias em uma área densamente povoada, cuja população vive sob escombros e condições degradantes de privação de alimentos, água, medicamentos, energia e outros serviços básicos.
Estamos diante da ação de um exército de um Estado que, em resposta aos ataques desferidos por um grupo político radical, vem atingindo indiscriminadamente a população palestina comprimida no reduzido território da faixa de Gaza. Dois milhões de pessoas sob o risco de morte. Dois milhões de pessoas com suas moradias e cidades ameaçadas de destruição. Dois milhões de pessoas com suas vidas completamente alteradas e marcadas pela tragédia e pelo terror. Dois milhões de pessoas sob situação de opressão.
Chamamos a atenção para o total de recursos financeiros e materiais empregados até agora na alimentação do conflito. Recursos que poderiam ser dirigidos à construção da paz e de uma convivência digna e harmoniosa para todos.
Defendemos a igualdade entre as pessoas e condenamos a noção que coloca um povo acima dos demais. Nesse sentido, nosso alerta também se dirige à condenação das políticas, valores e ações movidas pela extrema-direita de Israel e do restante do mundo contra a vida, a democracia e a paz.