Professora Sara Yaneth Fernandes, da Alames, sofre atentado em casa
A professora Sara Yaneth Fernandes da Universidade de Antioquia de Medellín, ativista da Alames – Asociacion Latinoamericana de Medicina Social y Salud Colectiva, representada no Brasil pelo CEBES -, sofreu ontem à noite uma atentado por arma branca dentro de sua casa. Sara, felizmente, se encontra em situação estável. “Esse atentado não foi contra Sarah Fernandes mas contra a universidade pública“, disse a professora em vídeo publicado no youtube. Veja o vídeo após o texto.
Colegas alertaram ao Cebes sobre o ataque e pediram para repercutir a notícia entre as entidades de direitos humanos e movimentos sociais. O Cebes aproveita este espaço para divulgar o ocorrido e alertar sobre escalada de tensões na Colômbia. O Cebes se solidariza com a professora Sarah e que repudiamos a violência na Colômbia e os ataques às universidades públicas. Veja e ouça a fala da presidenta do Cebes Lúcia Souto sobre o ocorrido:
“É com grande indignação que nós do Cebes repudiamos e denunciamos com toda a veemencia o atentado sofrido pela nossa companheira Sarah Yaneth Fernandes que é professora da Universidade de Antioquia, em Medellin, na Colômbia, com um longo trabalho em defesa da universidade pública. Sara é uma feminista histórica que vem lutando pelos direitos sociais e pela democracia há longos anos. E nós, nesse momento, de grande afronta da democracia, em uma violência, na escalada da violência não podemos ficar omissos. Sara está bem, está se recuperando, se colocando disponível para continuar na luta. Queremos manifestar nosso apoio à você, Sarah, à Alames. Queremos manifestar toda a nossa solidariedade. Sabemos que o momento da América Latina é grave mas não nós não iremos nos calar. Estamos ao seu lado, estamos ao lado da Alames pela luta da democracia, pelos direitos sociais, em defesa da universidade publica, em defesa da luta das mulheres em defesa da histórica luta latino-americana pelos direitos sociais e pela democracia. Estamos junto Sara! Estamos junto Alames!“
Lúcia Souto, presidenta do Cebes
A nota que recebemos disse que o ataque reflete um relato das Nações Unidas sobre o aumento na morte de ativistas de direitos humanos no país latino-americano. De acordo com a ONU, 107 ativistas foram assassinado(as) em 2019. Outros 13 casos ainda estão sendo investigados, o que pode elevar esse número para 120. O número de mulheres ativistas mortas cresceu cerca de 50% entre 2018 e 2019. Cerca de 98% dos casos ocorreram em áreas rurais.
Ontem (03/03/2020), a ministra do Interior da Colômbia Alicia Arango disse que “morrem mais pessoas por roubo de celular que por defender Direitos Humanos“. A situação, no entanto, é mais grave do que parece pois a denúncia sobre o ataque à Sarah aponta que está havendo uma escalada na perseguição às Universidades por políticos locais. Sarah é professora Universidade de Antioquia em Medellín.
A denúncia diz que recentemente policiais entraram na Universidade como forma de intimidar o corpo acadêmico. E também houve a divulgação de um comunicado anônimo com ameaças à professores(as) e estudantes.
Hoje, a situação na Colômbia é de escalada na violação de direitos humanos e caminhada em desfazer os acordos de paz (com as Farc). “É preciso que isso chegue à comunidade internacional“.
Veja abaixo um vídeo com depoimento de Sara: