Revista Divulgação nº 49 – outubro 2013
O direito universal à saúde está na pauta dos movimentos sociais dos países latino-americanos há varias décadas e, sem dúvida, o esperado é que esse direito integrasse os projetos políticos das políticas sociais dos governos das democracias recentes implementadas no continente.
Entretanto, o cenário mundial é adverso aos direitos sociais. A prolongada crise do capitalismo internacional abalou os respectivos sistemas universais em todo o planeta e, mesmo nos países europeus nos quais estas conquistas já estavam consolidadas, os sistemas de proteção social encontram-se hoje fragilizados. Como causa e consequência da crise, acirram-se perversos processos de concentração do capital e de produção de riquezas, gerando cada vez mais desigualdades entre os países e no interior dos mesmos.
As estratégias de expansão da acumulação financeira do capitalismo vem permitindo a sua sobrevivência e, para isso, são adotadas medidas de expansão de alianças e domínios que impõem os interesses hegemônicos.
Nas celebradas democracias dos países da América Latina o capital marca território nos governos democráticos. Estes governos apenas conseguem se eleger mediante celebração de acordos e alianças com grupos conservadores e articulados com o capital e assim, apesar da conquista do poder por grupos políticos identificados e comprometidos com direitos e justiça social, os governos são submetidos a
pressões de barramento dos avanços das políticas públicas universalistas com base nos direitos sociais de cidadania.
A complexidade e a marca da saúde como tema político resultam de sua determinação social e econômica nas quais as mudanças estão correlacionadas às mudanças nas políticas econômicas e sociais e na própria concepção de estado democrático.
Nesta perspectiva é imprescindível ampliar o debate e contribuir para fortalecer outra hegemonia social e política a favor dos direitos sociais e da saúde. Esta Revista Divulgação Saúde em Debate do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) apresenta alguns dos textos que foram debatidos no Congresso da Associação Latino-Americana de Medicina Social (ALAMES) com a finalidade de renovar e fortalecer alianças entre os grupos e movimentos sociais de nossos países em prol do direito universal à saúde.
Como interlocutor brasileiro da ALAMES, o CEBES assumiu essa tarefa com o imprescindível apoio do ISAGS (Instituto Suramericano de Gobierno en Salud).
A Diretoria Nacional