Queda histórica de fumantes
Correio Braziliense – 11/04/2012
A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) também mostra que estão surtindo efeito as investidas do governo federal e dos profissionais de saúde contra o tabagismo. Pela primeira vez, o índice de fumantes no país foi menor que 15%, conquistando a marca de 14,8%. No Distrito Federal, o índice é ainda menor: 14%. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, essa é a segunda vitória na área. “Primeiro, conseguimos ter mais ex-fumantes que fumantes. Agora, estamos vendo que a tendência é de queda.” Para o ministro, as políticas de proibição dos fumódromos e da adição de aromatizantes e flavorizantes em cigarros foram bem-vindas e devem ajudar a manter essa queda.
Diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Carlos Alberto Machado destaca que essas políticas têm interferido na redução da mortalidade por doenças cardiovasculares. “Até a década de 1960, as pessoas morriam mais em decorrência de doenças infectocontagiosas do que crônicas. Hoje, esse quadro mudou, mas também vimos uma redução de 20% nas mortes por doenças crônicas e acredito que isso seja em função do melhor controle do tabagismo, da diabete e do colesterol. Estamos no caminho certo, mas ainda tem muito o que fazer”, frisou.
O consumo abusivo de bebida alcoólica, porém, ainda oscila. Nos últimos seis anos, o índice foi de 16%, chegou a 19% em 2009 e fechou na marca de 17% no ano passado. No Distrito Federal, o último índice é abaixo do início da série histórica nacional, cravado em 15%. O exagero, de acordo com a pesquisa, é classificado como a ingestão, em uma mesma ocasião, de quatro ou mais doses para as mulheres e de cinco ou mais para homens. Entre os brasileiros, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas é maior entre homens e concentrado na faixa etária entre 18 e 34 anos.