Repúdio aos sinais de retrocesso no enfrentamento da Aids
A Abrasco e o Cebes vêm a público repudiar os sinais de retrocesso na política brasileira de enfrentamento da epidemia da aids. Os sucessivos vetos do Ministério da Saúde a campanhas de prevenção dirigidas a populações mais expostas à infecção pelo HIV e a recente exoneração do Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco, em função de ações voltadas às profissionais do sexo, vão em direção oposta às evidências técnicas e científicas de promoção da saúde e à construção histórica coletiva da resposta brasileira à aids.
A decisão do governo de atender os pleitos de setores conservadores e religiosos não pode violar o Estado laico nem impor prejuízos às políticas de saúde pública acertadamente baseadas na promoção dos direitos humanos, no combate ao estigma e ao preconceito, e na redução da exclusão social das populações e grupos mais vulneráveis.