Rio Grande do Sul lança projeto de participação popular digital

Às 18h05min de ontem, o governador Tarso Genro (PT) apertou um botão em um aparelho eletrônico do tipo tablet, em cerimônia no Memorial do Rio Grande do Sul, dando início a uma nova forma de participação popular nas decisões do Executivo através da internet.

Com o questionamento “Como o governo pode melhorar o atendimento e o acesso à saúde pública”, o novo programa, chamado “O governador pergunta” e coordenado pelo Gabinete Digital, começa a receber opiniões dos cidadãos sobre políticas públicas.

O programa foi apresentado pelo chefe de gabinete do governador e coordenador do Gabinete Digital, Vinicius Wu (PT), que explicou o funcionamento do novo sistema a um auditório lotado.

“Até o dia 24 de novembro, qualquer pessoa pode contribuir, através do site www.gabinetedigital.rs.gov.br , com propostas a partir da pergunta feita pelo governador. As respostas serão sistematizadas e colocadas em votação.

As 50 mais votadas serão apresentadas em um encontro no Palácio Piratini, com a participação dos proponentes responsáveis pelas sugestões mais votadas, no dia 14 de dezembro”, dercreve Wu.

Entre o público que ouvia a apresentação, Manoel Soares, coordenador da Central Única das Favelas no Estado, classificou como uma “iniciativa louvável do governo”, pois, segundo ele, “alguns problemas que acontecem lá na ponta, nos postos de saúde, por exemplo, podem não estar chegando de forma clara ao governo”. Essa realidade mudaria com a comunicação direta entre cidadão e governo, avaliou Soares.

Na cerimônia no Memorial, também foi mostrado um audiovisual apresentando uma unidade móvel que percorrerá a Capital para colher sugestões dos porto-alegrenses. Outros pontos de acesso ao sistema serão as sedes do Tudo Fácil. Também acontecerão caravanas por cidades do Interior para ouvir a população. Finalizada esta etapa, uma nova pergunta do governador será feita, com outra temática.

“É uma metodologia criada pela Universidade de Princeton e testada em vários países. A partir deste modelo, a Fundação Getulio Vargas e a Procergs ajudaram a desenvolver a ferramenta em conjunto com a Associação do Software Livre”, relatou Wu.

O governador Tarso Genro (PT) fez questão de salientar que a nova ferramenta não se contrapõe a outras formas de participação, como o Orçamento Participativo (OP), os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), o Conselhão, as interiorizações, entre outras.

Tarso afirmou que a primeira pergunta se refere à saúde porque é uma área que tem um elevado grau de demandas e preocupações da população e citou o caso do Sistema Único de Saúde.

“Nós já sabemos, de forma genérica, quais as grandes demandas, mas precisamos ouvir como essas pessoas que vivenciam o atendimento do SUS o percebem. Temos de trazer para as decisões de gestão a opinião formulada por aquele cidadão que vive as precariedades e até as grandezas do SUS”, enfatizou o governador.

O secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni (PDT), informou que a pasta tem sete grandes projetos prioritários de governo e que as contribuições da população irão se somar estas propostas.

Segundo o secretário, o orçamento de 2012 já está elaborado, mas “as sugestões podem ajudar a refinar a execução orçamentária do próximo ano e definir rumos para o orçamento de 2013”.