Saúde e trânsito marcam o primeiro debate municipal

Valor Econômico – 03/08/2012

O primeiro debate televisivo entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado na noite de ontem, na TV Bandeirantes, foi marcado pela polarização entre PT e PSDB. O candidato tucano, José Serra, citou ações dos governos do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), e atacou o governo federal por supostamente copiar suas ideias e não repassar recursos à capital. Já o postulante do PT, Fernando Haddad, criticou a administração de Kassab e defendeu as iniciativas da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e do governo federal.

No primeiro bloco do debate, ao falar de saúde, Serra disse que o governo federal copiou nas UPAs o modelo dos ambulatórios médicos que ele criou quando prefeito, as AMAs. “Foi só para não repassar recursos”, disse. O tucano atacou a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy e disse que foi seu governo, junto com Kassab, que mais construiu leitos.

Haddad contestou e afirmou que cumprirá a promessa de entregar três hospitais, feita por Kassab na disputa municipal de 2008 e que até hoje não saiu do papel.

O candidato do PMDB, Gabriel Chalita, preferiu defender propostas como a informatização da área, sem criticar diretamente Kassab. Chalita defendeu parcerias com o governo federal e estadual e disse que trará os ambulatórios médicos — as UPAs federais e as UBSs estaduais.

Celso Russomanno, do PRB, também evitou atacar diretamente a gestão do prefeito e defendeu a informatização dos serviços de saúde. O candidato prometeu ampliar o Programa Saúde da Família.

A saúde é a área com a pior avaliação da gestão municipal.

Coube ao candidato do PSOL, Carlos Gianazzi, questionar o candidato petista sobre a aliança com o PP do deputado federal Paulo Maluf. Haddad disse ao replicar a aliança federal a São Paulo pretende também trazer à capital os êxitos da administração federal. Afirmou ainda que pretende criar uma controladoria geral do município, a exemplo da Controladoria Geral da União.

No Rio, os candidatos da oposição iniciaram o primeiro debate televisivo atacando a gestão do atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB). Em resposta à pergunta de um eleitor sobre o trânsito na cidade, Rodrigo Maia (DEM) classificou o trânsito da cidade como caótico e afirmou que o prefeito não cumpriu a promessa de campanha de investir no metrô.

O candidato Marcelo Freixo (PSOL) saudou o debate como evento “importante para aquecer um pouco essa campanha”. Em uma crítica ao atual prefeito, Freixo afirmou que a Prefeitura erra na política de combate às drogas por priorizar contratos “para lá de suspeitos” com clínicas privadas.

Ao responder a uma questão de um eleitor, Paes defendeu seu recadastramento de ambulantes. “Cadastramos todos os ambulantes para que eles possam trabalhar”.

A fala de Otávio Leite (PSDB), começou com a lembrança do julgamento do mensalão, que começa hoje. Para ele, “hoje é um dia histórico no Brasil. A data do julgamento do mensalão”, que classificou como a instalação de “uma máfia dentro do Palácio do Planalto”.

O debate entre os candidatos à prefeitura de Porto Alegre iniciou com um embate entre o prefeito José Fortunati (PDT), que concorre à reeleição, e o deputado estadual Adão Villaverde (PT) sobre a responsabilidade do município na segurança pública. Segundo Villaverde, a violência aumentou no mandato do pedetista, que cobrou do governo do Estado, comandado pelo PT, o aumento do efetivo da Brigada Militar.

A candidata do PCdoB, deputada federal licenciada Manuela D”Ávila, também atacou a gestão de Fortunati na segurança, alegando falta de capacidade de gestão no setor. Villaverde acusou a prefeitura por não apresentar projetos para receber recursos federais disponíveis.