Secretário afirma que acesso à rede municipal foi ampliado
O Globo – 07/03/2012
O secretário de Saúde do município do Rio, Hans Dohmann afirma que, desde 2009, a rede passa pelo “maior processo de acesso à saúde pública do país”:
– Nunca se deu acesso a dois milhões de pessoas em tão curto espaço de tempo.
De acordo com ele, o “sistema antigo, com especialistas nos postos de saúde, é inviável”:
– Há uma cultura, até mesmo por parte dos profissionais de saúde, de que é viável, mas o fato de a pessoa ser médica não faz dela entendedora do sistema de saúde. É um consenso no mundo que implantar rede de atenção primária regionalizada é o mais correto, o que fazemos repete os melhores sistemas de saúde do mundo, como o da Austrália, da Inglaterra e Portugal. No entanto, muita gente que está na ponta não entende isso.
Sobre o acolhimento nos hospitais ser realizado por enfermeiros, Dohmann afirma que a orientação é que os enfermeiros trabalhem sendo supervisionados por uma equipe médica:
– Os riscos são analisados. Quem é redirecionado, foi avaliado. Esse conceito é consagrado mundialmente.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil informa que “os hospitais de emergência da Prefeitura do Rio trabalham com política de portas abertas, atendendo a todos os pacientes que os procuram. Com isso, em alguns momentos, as unidades trabalham com demanda além da sua estrutura física. No entanto, todos os pacientes são acolhidos, estabilizados e recebem atendimento”.
Em relação à falta de médicos nos postos de saúde e nas clínicas de Saúde da Família, o secretário diz que a ideia é que os postos sejam para “marcação e avaliação do paciente por médicos das famílias”.
– Teremos uma policlínica em cada área, e serão 10 áreas na cidade. De lá, encaminharemos as pessoas para o Programa Saúde da Família, para os hospitais universitários e os federais.
Sobre o tempo de espera por uma consulta e o número reduzido de médicos nos postos de saúde, Dohmann explica que “dependendo do risco, a pessoa é atendida até no mesmo dia”:
– Se houver risco imediato, ela será atendida. Se for uma marcação eletiva, é possível mesmo que demore 30 dias, mas isso não coloca em risco a saúde do paciente. Além disso, levar criança com febre para o posto não é o correto. Nesses casos, ela deve ir às UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento). Com as UPAs, as pessoas têm a alternativa de serem atendidas no mesmo dia.
Em nota, a Secretaria diz que “em 2008, a capital fluminense apresentava cobertura de Saúde da Família de 3,5%. Com o programa de Saúde da Família, elevou essa porcentagem para mais de 31%, em três anos”, e que “a ampliação da oferta foi possível com a inauguração de 56 clínicas da família”. Além disso, destaca que, “entre 2009 e 2011, contratou cerca de 11 mil profissionais de saúde, sendo mais de 1.600 médicos.” A nota diz ainda que “o total de procedimentos de atenção básica e de média e alta complexidade realizados na rede da Prefeitura do Rio aumentou 64% em três anos” e que foram “investidos mais de R$ 200 milhões nos últimos três anos”.