Vice-presidente do Cebes é eleito membro da Mesa Diretora do CNS
Ao todo sete membros compõem a mesa, mais o presidente do Conselho (Ministro Padilha) que reassumiu a vaga, reeleito com 34 votos, dos 47 válidos totalizados pela Comissão Eleitoral.
Após reuniões prévias com representantes do segmento dos trabalhadores e dirigentes do FENTAS, o Cebes optou por manter a candidatura de seu representante para a Mesa Diretora do Conselho Nacional de Saúde. A opção da candidatura visou primordialmente a distinção de disposições, posicionamentos e posturas no referido segmento e o entendimento da necessidade de alternância na representação e a apresentação de uma agenda com conteúdos de cunho mais propositivos.
No processo eleitoral, a candidatura do Cebes obteve ampla maioria de votos dos Conselheiros (34 votos), o que, em princípio, estabelece legitimidade e grande responsabilidade para a entidade. “A Diretoria do Cebes discutiu e definiu um conjunto de diretrizes que devem pautar as interações da entidade no âmbito do Conselho Nacional de Saúde. Buscamos constituir articulações, mediações e convergências no campo da luta do Movimento Sanitário brasileiro, em defesa e proatividade pelo SUS e pelo incremento da democracia participativa”, afirma Alcides.
Confira entrevista com Alcides após a eleição para a Mesa Diretora:
Para Ana Costa, presidente do Cebes, “os mecanismos instituídos de participação social, os Conselhos e as Conferências, têm importância histórica e real para o SUS e é por isso que celebramos a eleição para a Mesa Diretora do CNS. Temos consciência, entretanto, da insuficiência destes mecanismos no enfrentamento das questões estruturantes para que o país possa realizar as mudanças requeridas pela reforma sanitária na sua plenitude e que certamente necessitam da mobilização de poderes e forças populares mais ampliadas. E é por isso que o Cebes tem buscado atuar em diversas frentes”.
“Do ponto de vista da dinâmica política do Conselho Nacional de Saúde, a presença do Cebes na mesa diretora como representante dos trabalhadores marca uma perspectiva de aperfeiçoamento democrático. A articulação do FENTAS tem tido a hegemonia das representações corporativas que mesmo comprometidas com o SUS, nem sempre submetem seus interesses de categoria aos interesses públicos. Estas representações corporativas são valorosas e tiveram papel importante naquele conselho em outros momentos e, certamente continuarão a ter. Mas a rotatividade é sempre muito saudável para a democracia e a renovação dos poderes e idéias de um processo de luta”, afirma Ana Costa.
“Nossa presença na mesa diretora certamente fortalecerá uma agenda para o CNS pela garantia da saúde como direito social, universal e público. Nossa expectativa é que o CNS possa examinar e atuar sobre as questões que hoje sabotam o direito a saúde como a frágil regulação do setor privado, os mecanismos de estímulo ao mercado privado de assistência medica, a retração do financiamento público, o complexo médico industrial, as desigualdades e as políticas intersetoriais como meio ambiente, educação, segurança alimentar que, dentre tantas outras, conformam uma nova e avançada agenda para a Reforma Sanitária”, finaliza a presidente do Cebes.
Em oposição a Padilha, apresentou-se a candidatura de José Marcos de Oliveira, do segmento dos usuários, representante do Movimento Nacional de Luta Contra a Aids. Ele obteve 12 votos, além de uma abstenção. Segundo Padilha, sua principal razão para permanecer na presidência é “a necessidade de dar continuidade ao processo de renovação que vem sendo implementado no CNS, fortalecendo o controle social, o próprio Conselho, em prol da saúde brasileira”, conclui.
Além das duas vagas reservadas para os profissionais da saúde, quatro vagas são do segmento dos usuários, que foram preenchidas pelos conselheiros Clóvis Boufleur, Jurema Werneck, Marisa Furia e Jorge Venâncio. O conselheiro Jurandir Frutuoso foi eleito representando o segmento dos gestores.