Vem aí o 44° Encontro Científico dos Estudantes de Medicina

Por Monique França da Silva – Sede Nacional DENEM, e Danilo Aquino Amorim – Comissão Organizadora do ECEM 2014

“Planejado inicialmente para acontecer em 1968, em 1969 é realizado o primeiro Encontro Científico dos Estudantes de Medicina do Brasil (ECEM – BRASIL) em Salvador, na Bahia. Reunindo estudantes da maioria das escolas de Medicina existentes na época, o ECEM se propunha a ‘aumentar o congraçamento entre estudantes de outras escolas, assim como discutir os problemas comuns à classe estudantil e promover o aperfeiçoamento dos órgãos e entidades de representação’(ECEM, 1977).” (Ballarotti, 2010).

A Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina, entidade representativa dos estudantes de Medicina do Brasil, fundada em 1986 no ECEM Fortaleza (CE), em conjunto com o Centro Acadêmico de Medicina Mourad Ibrahim Belaciano (ESCS – DF) e o Centro Acadêmico de Medicina Prof. Gilberto de Freitas (UnB) irão realizar, entre os dias 23 e 31 de julho, o 44° Encontro Científico dos Estudantes de Medicina (ECEM) com o tema “Inventando o Brasil que queremos”.

O evento ocorrerá no Campus Universitário Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB) e será palco de uma vasta programação político-acadêmica e científica, com quatro mesas, dois Fóruns, 12 Painéis, 40 Oficinas, apresentações de trabalhos científicos e muito mais. Já confirmamos a presença de vários nomes e movimentos sociais importantes no debate sobre educação, saúde, ambiente universitário, direitos sociais e demais temáticas relacionadas com a formação médica e construção do profissional médico que o Brasil necessita, entre eles estão: Jadete Lampert e Francisco Barbosa (ABEM), Antenor Vaz (FUNAI), Ana Maria Costa e José Carvalho de Noronha (Cebes), Franscisco Mogadouro, Francisco B. Junior e Rodrigo Ribeiro (Frente Nacional contra a Privatização).

Além do CNRM, Comitê Popular da Copa, Coordenação da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, FENAM, Frente Nacional de Drogas e Direitos Humanos, INEP, Isaac Roitman, Dr. Josinaldo Silva (1º Indígena formado em Medicina pela UnB), SERES-MEC, MST, Movimento Passe Livre, Sérgio Sauer (Relator para o Direito Humano à terra da ONU) e muito mais.

O tema central do evento foi votado na I Reunião de Órgãos Executivos (espaço da DENEM que reúne Centros e Diretórios Acadêmicos de Medicina do Brasil). “Inventando o Brasil que queremos” é uma homenagem ao antropólogo, educador e fundador da UnB, Darcy Ribeiro, brasileiro incansável e sonhador de um país mais justo e capaz de garantir a emancipação do povo brasileiro. O homenageado é fonte inesgotável de inspiração para a juventude que tem a missão de levar a cabo seus sonhos e ideais. Afinal, como ele disse: “Aquilo de que o Brasil mais necessita, hoje, é de uma juventude iracunda, que se encha de indignação contra tanta dor e tanta miséria. Uma juventude que não abdique de sua missão política de cidadãos responsáveis pelo destino do Brasil”.

As demandas das escolas médicas pagas também ficam em destaque neste evento com a realização do II FONEMP (Fórum Nacional de Escolas Médicas Pagas), em que se discutem lutas relacionadas com a mercantilização da educação, tais como a regulamentação do ensino pago, a expansão das escolas de medicina no Brasil, FIES e PROUNI, aumentos de mensalidade, entre outros.

Em especial, neste ano, serão realizadas no ECEM uma série de vivências, espaços construídos junto a comunidades, movimentos e empreendimentos sociais. As vivências são espaços que possibilitam a troca de experiências entre os participantes e permitem aprofundar o debate sobre o conceito ampliado de saúde, a determinação social do processo saúde-doença, através de situações reais.

Ato Público

Aproveitamos para convocar toda a população para o Ato Público que faz parte da programação do ECEM que traz o tema: ‘Saúde e Educação como direitos: os desafios do financiamento público’. O ato que será realizado na Praça dos Três Poderes no dia 29 de julho, é um chamado para a luta por mais direitos, pela garantia dos já conquistados e pela conquista daqueles por que há tanto tempo temos lutado.

Em tempos de questionamentos e mobilizações por todo o país, teremos no ECEM a possibilidade de, muito mais do que analisarmos e discutirmos sobre saúde e educação, irmos além, entendendo que a garantia de direitos passa essencialmente por envolvimento dos diversos segmentos, colocando-nos como atores diretos na busca por aquilo que reivindicamos. Assim, o ECEM será um momento de aprofundamento de nossas articulações, relações entre escolas, Centros e Diretórios Acadêmicos, e ainda com outros movimentos sociais diversos, consolidando ações práticas que deverão direcionar a política de atuação da DENEM e, portanto, do movimento estudantil de Medicina.

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