Fernanda Lopes: o SUS e a saúde da população negra

Em vídeo para o Nexo Jornal, a doutora e especialista em saúde pública Fernanda Lopes explica por que é preciso priorizar a saúde da população negra e como mobilizar gestores para isso.

No contexto da pandemia, a discussão sobre financiamento do SUS, do Sistema Único de Saúde, ficou muito mais nítida. E para a população negra, ainda mais. Por que? Porque a população negra é aquela que mais depende dos serviços que compõem a rede do SUS. Não por acaso, nós discutimos o risco acrescido de morte para a população negra, em consequência da covid-19, quando comparada à população branca. Nós vimos que, em alguns momentos da pandemia, esse risco foi maior de morte para mulheres e homens negros, cerca de quatro vezes, em alguns momentos maior que quatro vezes, quando comparados à população branca”, disse.

Pensar na população negra e nesse subfinanciamento é pensar nestas pessoas que foram mais afetadas e que vivenciaram um risco maior de morrer por decorrência da covid-19, em razões do subfinanciamento do Sistema Único de Saúde, mas que também foram as pessoas sobrerrepresentadas entre aquelas que mais precisavam do auxílio emergencial, entre aquelas que tiveram mais impacto nos seus processos de ensino e aprendizagem por falta de acesso à internet e às novas tecnologias. E essas essas três políticas que compõem o capítulo de seguridade social da constituição brasileira: saúde, educação e assistência social”, afirmou. Lopes é pesquisadora convidada do IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), um dos parceiros do Nexo Políticas Públicas.

Veja o vídeo a seguir: