Cebes participa das atividades da Caravana da UNE no Piauí
A Caravana da Une esteve no último dia 10 de outubro em Teresina, Piauí. O Cebes participou da mesa Saúde, Educação e Cultura. Estavam presentes Lenaura Lobato, pelo Cebes, Danilo Moreira, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e o professor Estânio Souza, pesquisador do Núcleo Ifaradá da UFPI.
O Cebes levou aos estudantes a proposta da reforma sanitária, o que ela representou e representa hoje, e como os estudantes foram e são importantes para que ela seja aprofundada e radicalizada, como projeto de sociedade justa, solidária e democrática. A sala estava superlotada e os estudantes estiveram atentos e participaram do debate ao final da mesa. Contudo, o tema da saúde como direito, como construção social, parece distante da maioria. Saúde ou são problemas de acesso ou os temas como aborto e drogas, que a Une elegeu corretamente como centrais à Caravana. Inclusive, na página da Caravana, pouco se falou da mesa que debateu saúde, educação e cultura, mas muito sobre a mesa que discutiu aborto. Isso demonstra que esses temas estão muito mais próximos dos estudantes, e coloca para o Cebes a necessidade de incorporá-los ainda mais ao debate da Reforma Sanitária. Não só como demandas ou posicionamentos, mas como elementos centrais ao aprofundamento do direito à saúde e à própria noção de transformação social.
Como em outras edições Brasil afora, a passagem da Caravana foi polêmica entre estudantes ligados à Une e opositores. Nossa mesa foi interrompida algumas vezes por estudantes contrários à Une, que se manifestavam fora da sala. Isso apareceu no debate, quando estudantes criticaram a Une como ‘propagandista’ do governo. O Cebes ressaltou a importância da Une, a luta histórica por sua construção e reconstrução na década de 70, e salientou o avanço de termos hoje estudantes que são a favor de governos, coisa impensável anos atrás. E que isso, antes de adesismo, representa um avanço da democracia e da participação. Mas ressaltou também que a maioria das entidades da sociedade civil precisa se aproximar mais de seus representados, criar mais e novos canais de discussão, para democratizar as divergências e consolidar a participação.