“Escala alarmante”

Correio Braziliense – 12/12/2011

Para o coordenador de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, Augusto César de Farias, o modelo de atendimento centralizado, chamado por ele de “hospitalocêntrico”, está superado e não faz parte dos planos da política de saúde do DF. “Passada a crise de abstinência, o paciente não precisa mais ficar internado. A desintoxicação é feita no hospital geral e, se tiver necessidade de prolongamento do tratamento, a pessoa é encaminhada para uma comunidade terapêutica para um suporte social. As consultas são feitas nos Capsads (Centros de Atenção Psicossocial — Álcool e Drogas)”, explicou.

No plano diretor de saúde mental da Secretaria de Saúde também está prevista a criação de 12 Capsads; 12 unidades para adolescentes; e 22 voltados para pessoas com algum transtorno mental. Nos hospitais, também serão disponibilizados 15 leitos para a desintoxicação de usuários de entorpecentes nas unidades públicas. “Não é só a droga o problema. Precisamos construir um projeto de vida que substitua o consumo de drogas. O cenário ainda é insuficiente e necessitamos ampliar a cobertura social, a infraestrutura e os recursos”, complementou.

Em relação aos convênios com as comunidades terapêuticas, o secretário de Justiça em exercício, Jeferson Ribeiro, destacou que apenas 20 das 77 existentes no DF manifestaram interesse, mas não apresentaram toda a documentação necessária. “Algumas entidades têm boa vontade, entretanto, agem com amadorismo. O nosso interesse é de firmar esses convênios com as comunidades, mas elas precisam nos procurar, porque existe todo um processo burocrático para isso”, disse.

Ribeiro admite que frear o problema não é tarefa fácil. “O enfrentamento ao crack não pode ser feito de maneira isolada pela Sejus, mas é uma questão que envolve segurança pública, saúde, educação e assistência social. O uso do crack cresce em escala alarmante e temos convicção de que não dá para corrigir a curto prazo.