Ministra é hospitalizada

Correio Braziliense – 02/02/2012

Titular do Planejamento passa mal devido a aumento da pressão arterial e viaja a São Paulo para realizar bateria de exames

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, 53, antecipou para hoje o checape que faria no fim de fevereiro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Miriam apresentava oscilações de pressão nos últimos dias e, no fim da manhã de ontem, passou mal em sua residência, em Brasília. Ela cancelou participação na reunião da Junta Orçamentária, que aconteceria na Casa Civil, comandada pela ministra Gleisi Hoffmann, e passou a tarde fazendo exames no Incor, para afastar as suspeitas de infarto. Por volta das 20h, após ser liberada pelos médicos, Miriam pegou um avião da Força Aérea e voou para a capital paulista.

A ministra ainda está abalada com a perda do secretário de Recursos Humanos, Duvanier Paiva Ferreira, que morreu de infarto no dia 19 após percorrer três hospitais particulares em Brasília e não ser atendido em nenhum deles. Por isso, assim que começou a sentir os primeiros sintomas de oscilação da pressão, Miriam correu para o Incor. Picos dessa natureza podem causar infartos ou acidentes cardiovasculares, mas nenhum dos dois problemas foi detectado na ministra.

Belchior, assim como o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, são afinados com a presidente Dilma, mas politicamente ligados ao ex-presidente  Lula . Eles formam a “República de Santo André”, numa alusão ao município em que começaram as suas carreiras políticas. Os dois foram secretários do ex-prefeito Celso Daniel, morto no início de 2002. Miriam, inclusive, foi casada com Daniel, mas eles já estavam separados na época em que ocorreu o assassinato.

Chefe do PAC
Durante o governo Lula, Miriam foi secretária de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, responsável por acompanhar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Quando Dilma deixou o cargo para candidatar-se a presidente, especulava-se que ela seria a sucessora, mas Lula, atendendo a então candidata, nomeou Erenice Guerra para o cargo — ela acabou deixando o posto ainda durante a campanha devido a denúncias.

Esse não é o primeiro caso de ministro ou pessoas próximas à presidente envolvidas com problemas de saúde. Além da própria Dilma, que tratou um câncer linfático, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, teve de cuidar de um câncer de mama. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, fez uma cirurgia para a retirada de um tumor no cérebro, enquanto a ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, operou de câncer de mama em dezembro. Já o vice-presidente, Michel Temer, fez uma cirurgia para retirada de vesícula.