Perpétua Almeida defende humanização das fronteiras brasileiras
Municípios acreanos como Brasiléia e Epitaciolândia, assim como Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, historicamente, sempre prestaram socorro médico e outras assistências essenciais à população flutuante que vem da Bolívia e do Peru. Situação semelhante, com o mesmo padrão de problemas, foi testemunhada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB) no último fim de semana em Foz do Iguaçú (PR), fronteira com Paraguai e Argentina, em mais uma missão da parlamentar acreana como presidenta da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara Federal.
“A verba destinada para a saúde é baseada no número de habitantes de uma determinada cidade, mas o sistema, até por questões humanitárias, em hipótese alguma, pode se negar ao atendimento. Vejo que esses recursos devem ser repensados, uma vez que, como acontece em Cobija (BO), Iñapari (PER), Ciudad Del Este (PAR) e Puerto Iguazu (ARG), as autoridades estrangeiras têm sérias dificuldades de atrair e capacitar profissionais”, disse.
A próxima reunião preparatória da comissão em regiões fronteiriças será realizada dias 15 e 16 de junho em Rio Branco, paralelamente ao Seminário Trinacional promovido pelo Governo do Acre. Os problemas elencados serão apresentados no 1º Seminário Internacional sobre Fronteiras que acontece em junho em Brasília, com objetivo de melhorar as relações humanitárias entre os países.
A deputada afirmou que tem visto problemas parecidos em todas as regiões por onde passou, mas acredita que as soluções devam ser diferentes. Muitas dificuldades, ao serem narrados pela população paranaense, lembram dilemas enfrentados pelos acreanos ao logo dos anos: lentidão na emissão de documentos aos brasileiros que vivem na faixa de fronteira e burocracias excessivas para validar diplomas universitários em países da América do Sul, especialmente de Medicina.
“É preciso desburocratizar. O Brasil está bem preparado para defender sua soberania perante os vizinhos. A necessidade agora é humanizar as fronteiras”, informou a deputada. Ela concluiu dizendo que a comissão não pretende fazer o debate sem ouvir a população que vive o cotidiano fronteiriço.