Artigo da ENSP/Fiocruz analisa o impacto do descaso do Governo Federal sobre os trabalhadores da saúde
“Com a repulsiva insistência em não proteger as crianças com a vacinação, o governo brasileiro repete o seu descaso com a vida humana. Sem responsabilidade pública e confrontando a ciência, permanece na contramão do mundo, negando o direito à saúde a milhões de brasileiros e brasileiras. Este negacionismo governamental atinge muito fortemente os trabalhadores de saúde, já exauridos e adoecidos de um longo percurso de trabalho pouco protegidos e em condições de trabalho inadequadas.”
O alerta consta no artigo A pandemia prolongada e os trabalhadores da saúde no front: uma encruzilhada perigosa, elaborado pela equipe responsável pela pesquisa Condições de Trabalho dos profissionais de saúde no contexto da Covid-19 no Brasil. Conforme o artigo, o retardo criminoso e sem respaldo científico da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos de idade, “certamente terá impacto também entre os profissionais que atuam com essa população infantil, como pediatras e equipe de enfermagem, como vimos no estudo Inventário dos óbitos dos médicos e de equipe de enfermagem realizado pela Fiocruz ,mostrando que são esses especialistas os mais afetados, indo a óbito por Covid-19.
O texto do artigo, patrocinado pela Escola Nacional de Saúde Sergio Arouca (ENSP), da Fiocruz, destaca ainda a forma como a desigualdade na vacinação favorece o surgimento de variantes como a Ômicron, descreve a sobrecarga de trabalho, o medo da contaminação e da morte, além das perdas dos direitos trabalhistas, salários baixos e gastos extras com compras de EPIs complementares.
A publicação também faz reflexões sobre as condições de trabalho e de saúde mental dos trabalhadores no aspecto político administrativo; no SUS e nos órgãos federais de Controle; na Legislação de amparo aos trabalhadores, no Direito à saúde e na atuação do STF e o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O artigo é assinado por Maria Helena Machado, Antonio Vieira Machado, Eleny Guimarães Teixeira, João Batista Militão, Swedenberger Barbosa e Filipe Leonel. Leia a o texto na íntegra acessando o Informe ENSP.