I Conferência de Saúde da Grande Leopoldina
Pela primeira vez, a região da Grande Leopoldina, que abriga bairros como: Bonsucesso, Manguinhos, Benfica e Complexo do Alemão, realizou uma Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, no auditório da Unisuam, em Bonsucesso, no sábado dia 30.
A conferência é uma etapa anterior a Conferência distrital, estadual e nacional, que acontecem ainda este ano, e tinha como objetivo a participação popular, a fim de coletar sugestões sobre o SUS. O encontro estadual do Rio de Janeiro será no sábado, dia 23, e o encontro nacional será no dia 05 de agosto, em São Paulo.
Na primeira etapa do evento, aconteceu a mesa de abertura e um debate com representantes da Frente Pela Vida, Rede Unida, Cebes e demais instituições. O tema girou em torno da necessidade de ampliar as políticas públicas de qualidade em defesa da vida, de um sistema de saúde mais justo e que atenda a população, além da importância da participação popular na reconstrução da democracia. “Temos muitos desafios na reconstrução do SUS após a pandemia. O SUS só dá certo com a participação popular”, disse Túlio Franco, representante da Rede Unida na Frente Pela Vida.
Além disso, ele falou também sobre a luta contra a pandemia e contra o atual governo, que negava a população o direito de se defender e como se prevenir na pandemia, e quando produzia fakenews sobre a vacina “Nós não podemos voltar da pandemia do mesmo jeito que estávamos em 2019. Nós temos que voltar maiores e melhores, e temos condições disso”, conta Túlio Franco.
No debate também se falou que no momento da pandemia do covid-19, que atingiu o Brasil e o mundo, a saúde e o SUS ficaram no centro do debate político “A defesa da vida não pode ser setorial, tem que ser central, e é importante trazer a comunidade para esse debate e perguntar o que eles precisam”, conclui Túlio.
Carlos Fidelis, representante do Cebes e da Asfoc na Frente pela Vida, também falou da importância da participação popular e construção coletiva nesses debates “Vamos reconstruir e construir o país em outras bases. Para a gente modificar o país, tem que mudar as bases”, diz Carlos Fidelis.
Na parte da tarde, aconteceu a leitura da carta que foi elaborada pelas instituições, com o objetivo de levar para as sugestões para as Conferências posteriores, e a população pôde dar a sua contribuição. Patrícia Evangelista, da Organização Mulheres de Atitudes, falou como a favela estar representada nesses espaços é fundamental.
O evento foi organizado e idealizado por entidades da sociedade civil e foi uma construção coletiva, com organizações como: Conselho Comunitário de Manguinhos (CCM), Organização Mulheres de Atitude (OMA-Manguinhos), Conselho Gestor Intersetorial Teias Manguinhos (CGI-Manguinhos), a Redes da Maré, o Espaço Democrático de União, Convivência, Aprendizagem e Prevenção (EDUCAP), o Portal Favelas, o Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-SN), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM), a Comissão dos Agentes Comunitários de Manguinhos (COMACS), o Instituto de Educação e Pesquisa Social João Calvino (IEPS), o Ballet Manguinhos, o Instituto Raízes em Movimento, dentre outros.
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