Alckmin revela todos os nomes da transição; Lúcia Souto integra o GT Saúde
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, anunciou nesta quarta-feira (16) os nomes restantes para compor as equipes dos 31 grupos responsáveis pela transição do governo Bolsonaro para o governo Lula. A presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Lúcia Souto, está no grupo que vai tratar do tema Saúde, junto com ex-ministros e outros profissionais. Lúcia também representa o movimento Frente pela Vida, criado para denunciar o desmonte da Saúde Coletiva pelo governo Bolsonaro, além de apresentar alternativas para reverter esse quadro. Para Lúcia, a nomeação demonstra a “importância que a Frente pela Vida adquiriu do ponto de vista do protagonismo e da articulação plural de uma grande Frente em defesa da vida e da democracia da Saúde”. Veja sua fala sobre o tema:
Ao todo foram nomeadas 12 pessoas, incluindo Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, ex-ministros de Saúde como Alexandre Padilha, Arthur Chioro, Humberto Costa e José Gomes Temporão – que já foi presidente do Cebes. Além dos nomes já citados, também foram nomeados Ludhmila Hajjar, professora associada da Faculdade de Medicina da USP, Maria do Socorro de Souza, pesquisadora da Fiocruz e primeira mulher a presidir o CNS, Miguel Srougi, uma das principais referências nacionais na Oncologia, Regina Fátima Feio Barroso, superintendente do Complexo Hospitalar Universitário da UFPA, e Roberto Kalil Filho, diretor clínico do Instituto do Coração (InCor).
O Cebes, enquanto integrante da Frente pela Vida, declarou apoio formal à chapa Lula-Alckmin para a presidência da República. A entidade é apartidária mas considerou ser importante demonstrar apoio à chapa contra a possibilidade de reeleição de Jair Bolsonaro. Em agosto desse ano, a Frente pela Vida recebeu Lula na Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde e os representantes da entidade entregaram ao então candidato uma Carta Compromisso para reverter o desmonte da Saúde Coletiva no Brasil. Uma das propostas apresentadas era acabar com o chamado Teto de Gastos – criado via Emenda Constitucional 95 no governo Michel Temer. Lula se comprometeu a acabar com esse arcabouço fiscal. Lúcia disse que a sua atuação na equipe de transição vai seguir as diretrizes da Carta Compromisso. “É com essa consciência que a gente está lá”.
Para Pigatto, estar na equipe de transição é uma responsabilidade muito grande. “A gente não está individualmente nesse espaço. É toda uma história do CNS. É a primeira vez na história que uma transição de governo tem a presença da representação do Controle Social. Isso não é pouca coisa”. Pigatto lembrou que Lúcia também é conselheira nacional de saúde. Para ele, os movimentos sociais irão ajudar a fazer frente a pressão ante a força de lobby empresarial.
Em outubro, o movimento se reuniu com lideranças da Saúde Coletiva e parlamentares eleitos como parte do esforço de mobilização para eleger a chapa Lula-Alckmin. Na ocasião, o senador eleito pelo Piauí, Wellington Dias, disse que o país terá a partir do próximo ano não apenas na área da saúde, com um completo desmonte de serviços e uma herança maldita do descaso da pandemia, mas também em outras áreas da economia e das políticas públicas voltadas para o social. No mesmo mês, Rosana Onocko-Campos, presidente da Abrasco, disse em entrevista ao portal Outra Saúde sobre uma das pautas da Frente pela Vida: a necessidade de aumentar o investimento em saúde pública para 6% do PIB.
No início de novembro, o movimento se reuniu com Padilha e Chioro, integrantes que já haviam sido anunciados como integrantes da equipe de transição de Saúde do governo eleito.
Lista integral do GT Saúde da equipe transição do governo Lula:
- Alexandre Padilha, deputado e ex-ministro da Saúde;
- Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde;
- Humberto Costa, senador e ex-ministro da Saúde;
- José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde;
- Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional da Saúde.
- Lucia Souto, presidente do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, Médica sanitarista;
- Ludhmila Hajjar, professora associada da Faculdade de Medicina da USP, coordenadora de Cardio-Oncologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas e Coordenadora de Cardiologia do Instituto do Câncer do estado de São Paulo;
- Maria do Socorro de Souza, Doutora em educação e em ciências da saúde. É pesquisadora da Fiocruz e foi a primeira mulher a presidir o Conselho Nacional de Saúde;
- Miguel Srougi, professor Titular de Urologia da Faculdade de Medicina da USP e da Escola Paulista de Medicina, é uma personalidade de destaque e uma das principais referências nacionais na Oncologia;
- Nísia Trindade Lima, cientista social e socióloga, é a atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz. É a primeira mulher a comandar a Fiocruz em 120 anos de história da instituição, tendo sido a mais votada na eleição interna;
- Regina Fátima Feio Barroso, doutora em odontologia. Atualmente é Superintendente do Complexo Hospitalar Universitário da UFPA.
- Roberto Kalil Filho, médico cardiologista, fundou o Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, é diretor clínico do Instituto do Coração (InCor) e professor titular da disciplina de cardiologia da Faculdade de Medicina da USP.
O parceiro da Frente pela Vida, Clemente Ganz, da Frente Sindical, está no GT Trabalho. Também parceiro da Frente, Ildeu de Castro Moreira está no GT de Ciência & Tecnologia.
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