Cebes presta últimas homenagens à líder feminista Gabriela Silva Leite

É com pesar que o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) noticia o falecimento de Gabriela Silva Leite, uma das mais importantes líderes feministas que lutou pela dignidade e pelos direitos sociais e trabalhistas das prostitutas.

Formada em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), Gabriela trabalhou por alguns anos como prostituta em São Paulo e, na década de 90, mudou-se para a capital carioca, onde criou a ONG Davida, que atua em defesa dessas mulheres. Mais tarde, criou ainda a marca de roupas Daspu (Das putas), que, além de divulgar a causa das prostitutas, também rendia fundos para a ONG.

Gabriela era considerada a uma grande liderança intelectual da categoria no Brasil, reconhecida internacionalmente por seu trabalho social e humanista, sempre ressaltando a importância da identidade do grupo. Em relação a isto, ela reforçava frequentemente o uso da palavra “Puta”, buscando retirar a carga de preconceito nela revestida.

“Gabriela era, entre nós feministas, uma das mais revolucionarias, porque não se amendrontou diante do enfrentamento do debate sobre a prostituição, sobre a condição das prostitutas na sociedade brasileira, cuja carga de preconconceito é tão conhecida. Gabriela sempre se identificou com o campo da esquerda, da democracia e dos direitos sociais e construiu uma trajetória de militância vigorosa e criativa. Além de tudo, sempre foi uma pessoa muito afetiva e bem humorada”, colocou a presidenta do Cebes, Ana Maria Costa.

Outros atores do campo da saúde hoje prestam suas homenagens à ativista, que faleceu nesta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro, após luta contra o câncer. Entre eles, o ex-ministro de saúde José Gomes Temporão, que escreveu em seu facebook: “Saudades dessa grande mulher, brasileira, lutadora. Estive várias vezes com ela quando ministro, recebendo-a como liderança das prostitutas e discutindo questões de saúde pública e dos direitos sexuais e reprodutivos”.

Foto: divulgação