Saúde, Ciência e Participação Popular: tecendo redes em defesa do SUS

Cebes e Fiocruz buscam aproximar movimentos populares e organizações da sociedade civil das instâncias de controle social do SUS

O Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizam neste sábado, 8/6, em Recife, a segunda oficina do projeto Saúde, Ciência e Participação Popular: tecendo redes em defesa do SUS”. A iniciativa busca aproximar das estruturas de controle social do Sistema Único de Saúde (SUS) movimentos e organizações da sociedade civil que estão na luta por Direitos Humanos, direitos das mulheres e de grupos politicamente minorizados.

As oficinas, realizadas em cinco estados, iniciam um mapeamento qualitativo junto aos movimentos populares e organizações sociais quanto a suas leituras, interpretações e desafios sobre o viver saudável e o SUS, identificando práticas e soluções desenvolvidas por esses agentes.

“A grande questão é como aproximar esses movimentos dos espaços institucionais de controle social? Temos duas hipóteses. Uma é que desconheçam o funcionamento do SUS, seus espaços de participação e engrenagens, e por isso não participem deles. A segunda hipótese é que talvez elas conheçam, sim, mas existam barreiras criadas social e economicamente, até culturalmente, que impedem a participação”, explica o diretor-executivo do Cebes, André Lima. “Queremos ouvir os movimentos”, ressalta.

Na etapa seguinte, serão realizadas atividades educomunicativas conjuntamente com os movimentos que não participam da estrutura do SUS. Na terceira etapa, a proposta é testar o uso desses produtos construídos com os movimentos sociais para formação de pessoas que militam no campo dos direitos, mas ainda não estão no campo da Saúde.

Oficinas – A primeira oficina, realizada no Rio de Janeiro, no Espaço Casa Viva em Manguinhos, reuniu representantes de movimentos da capital e região metropolitana. Anna Lúcia, do Movimento Negro Unificado (Vila Cruzeiro); Anne Sales, da A.M.I.G.A.S – Assoc.de Mulheres de Itaguaí Guerreiras e Articuladoras Sociais (Itaguaí); Cleyton Couto, da Itaboraí Pela Diversidade (Itaboraí); Dayane Medeiros, do Instituto C.A.S.A. (Santa Cruz); Evelin Guimarães Mota, do Movimento Estudantil de Itaboraí; Joyce Gravano, Nyiara Acolhimento Aprendizagem); Letícia Pinheiro, do Coletivo Fala Akari (Acari); Marcella Lopes, do Ponto de Luz Coletiva (Teresópolis); Robson Souza, Ressuscita São Gonçalo (São Gonçalo) e Valdirene Raimundo, do Quilombo do Feital (Magé).

“Eu não conhecia o Cebes, a Casa [Viva], então esse encontro foi de conhecimento, de trocas. A gente volta para casa com aquela sensação assim: ‘caraca, o que eu faço é importante’. Quando a gente atua no coletivo, fica mais forte. A gente daqui fortalecido, com tudo que aprendeu, com coisas novas, acreditando num futuro melhor, não só para a gente, mais para as gerações que estão por vir”, afirmou Valdirene, a Val Quilomboa.

No próximo sábado, 15/6, será realizada de oficina em Salvador. A agenda prossegue com atividade em Manaus (22/7) e Curitiba (6/7). “Os estados foram definidos conforme dois requisitos que entendíamos ser importantes: a presença da Fiocruz, com unidade escritório, e a existência de núcleo do Cebes”, explica André Lima.

Reportagem: Clara Fagundes/Cebes