A degradação da política e os ataques à Ministra da Saúde

Atuais especulações visam desestabilizar o governo Lula e minar a coesão do campo progressista

A extrema direita estimulou de modo bastante competente formas espúrias de fazer política. Nesse novo patamar vale tudo: mentiras, meias verdades, insinuações levianas, a fuga do debate civilizado e a velha tática de plantar notícias para interferir na política.

No Congresso Nacional, temas relevantes e urgentes cedem lugar à defesa de interesses particulares e mesquinhos, negociados como chantagem para obtenção de vantagens para parlamentares e partidos em nada comprometidos com o futuro do país e o bem-estar da população. Do mesmo modo, somos vítimas de uma armadilha financeira que reúne as maiores taxas reais de juros do mundo (um rombo de um trilhão de reais por ano) e isenções fiscais que chegam próximo a 700 bilhões de reais.

Apesar da herança negativa que Lula recebeu de Bolsonaro, seu governo obteve sucesso em reduzir o desemprego, controlar a inflação e retomar políticas públicas importantes como o Bolsa Família, iniciativa exemplar de justiça social. O Ministério da Saúde teve que ser todo reconstruindo. Nísia Trindade conseguiu, em um curto espaço de tempo, recompor a pasta e reerguer programas importantes como o Farmácia Popular, ampliar a oferta de cirurgias para 14 milhões em 2024, avançar na cobertura vacinal entre outras realizações não menos importantes.

Não é mera coincidência que se requentem velhas especulações sobre mudanças no Ministério da Saúde no momento em que pesquisas registram redução na aprovação do presidente e a extrema direita se vê nas cordas com as recentes denúncias da PGR, que apontou a quadrilha que levou o país ao dantesco espetáculo da fome, ao genocídio, tanto dos Yanomamis como de parcela da população durante a pandemia de Covid-19.

Muito além de atingir Nísia Trindade, uma ministra que pegou uma pasta em ruínas e a reconstruiu com entregas importantes, as atuais especulações visam desestabilizar o governo Lula e minar a coesão do campo progressista. O Cebes vem manifestar o seu desagrado com esse tipo espúrio de exercício da política e prestar solidariedade a Ministra Nísia Trindade Lima, que já mostrou o seu valor tanto na condução da Fundação Oswaldo Cruz como vem fazendo agora à frente do Ministério da Saúde.

Diretoria Executiva Nacional do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes)