Cebes assina Manifesto em Homenagem a Gastão Wagner
Ele vem sendo injustamente acusado e responsabilizado por desvios de recursos de convênios, quando ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, na gestão de Humberto Costa. Gastão Wagner de Sousa Campos, além de mentor da Política Nacional de Humanização é um reconhecido companheiro e militante do movimento sanitário brasileiro, com papel fundamental na construção do SUS.
O professor titular da Universidade Estadual de Campinas, também membro do corpo editorial da Trabalho, Educação e Saúde e da Revista Ciência & Saúde Coletiva vem respondendo a processos cíveis e criminais referentes a aquisição de materiais permanentes, mediante convênios celebrados com entidades de saúde, cujos recursos estavam atrelados a emendas parlamentares e foram repassados regular e legalmente pelo Ministério da Saúde, porém executados de modo ilícito pelas entidades receptoras.
Essa agressão não atinge somente o Professor Gastão, mas tem o peso e o significado de uma afronta a todo o movimento sanitário brasileiro. Para Ana Costa, presidente do Cebes, “há uma urgente necessidade de revisão no papel e na ação das instituições do poder judiciário e do Ministério Público”.
Para o Cebes, os gestores cujo compromisso político e história de vida se confundem com a construção do SUS e a conquista da saúde como um direito universal devem merecer maior respeito na avaliação dos agentes públicos da justiça que têm a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento das Leis. Para ela, hoje é muito difícil que um gestor comprometido com a saúde da população, termine sua missão sem um processo na justiça. Interessante observar que eles são acusados por atos que só evidenciam esse compromisso com o interesse público como, por exemplo, comprar medicamentos necessários por medidas de emergência e outros “crimes similares”. Na sua grande maioria estas situações são analisadas como ilegalidade quando são, na realidade, realizadas para salvar vidas.
Outra leitura deve ser feita, outra inteligência que incorpore a ética baseada no primado da preservação da saúde e da vida e do interesse público se faz necessária. Nesse processo, muitos gestores enfrentam a situação solitariamente, isolados e é por isso que o Cebes se manifesta em total apoio ao Gastão e a todos aqueles que vivem injustiças semelhantes.