A vacina da dengue

Por Flávia Duarte, do Correio Braziliense

A imunização contra a doença está prestes a se tornar realidade. No mercado brasileiro, a novidade deve estar disponível já no próximo ano

 

Todo ano, nesta época, é a mesma coisa: uma corrida a terrenos baldios e depósitos de água parada para evitar a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue. O combate ao inseto que se reproduz em água limpa é tido como a única maneira de evitar a epidemia da doença, que pode se manifestar em sintomas mais leves, como dores no corpo e febre; mas também pode nocautear o organismo mais frágil de maneira fatal se acometido pela dengue hemorrágica.

Como a inspeção de possíveis criadouros do mosquito depende de mobilização coletiva, há mais de três décadas tenta-se encontrar uma maneira mais eficaz de proteger a população contra o vírus causador da doença.

Finalmente, porém, acaba de ser divulgado o primeiro estudo mundial de eficácia da vacina contra a dengue, já na fase 3, o que significa que está prestes a ser avaliada pela Anvisa e aprovada para a aplicação na população. “Não é uma vacina fácil de ser feita porque são quatro subtipos diferentes do vírus, e a imunização precisa ter eficácia contra todos esses sorotipos”, explica Sheila Homsani, gerente do departamento médico da Sanofi Pasteur, laboratório responsável pelo desenvolvimento da vacina.

A imunização seria então a possibilidade de se proteger previamente contra a dengue, que afeta 100 milhões de pessoas por ano no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), especialmente na Ásia e na América Latina, onde ainda se registram epidemias da doença.