Aborto: Marina e Dilma confrontadas em debate

Em encontro organizado por universidade católica, Serra defende pré-sal para aposentados

BRASÍLIA. Nos dois primeiros blocos do debate de ontem à noite na Universidade Católica de Brasília, organizado pela Rede Vida, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outras entidades católicas, a questão do aborto foi direcionada para as candidatas mulheres. Marina Silva (PV) defendeu um plebiscito para se decidir sobre o assunto.

E Dilma Rousseff (PT) foi mais clara, agradando aos organizadores e à plateia, ao afirmar que não considera necessário ampliar os casos em que hoje já são permitidos o aborto – estupro e risco de vida para a mulher.

Marina foi indagada se, como presidente, teria força para enfrentar questões programáticas do PV de liberar o aborto. Marina disse que, quando entrou no PV, perguntou se era possível compatibilizar sua posição contrária ao aborto com a linha partidária.

E que repudia a satanização de quem é contra ou a favor da legalização.
– Optei por não fazer o discurso da conveniência – disse Marina, sendo muito aplaudida, defendendo a aprofundamento dessa discussão.

Dilma tentou agradar à comunidade católica, mas teve dificuldade e gaguejou ao fazer a réplica sobre o aborto. Disse que é pessoalmente a favor da defesa da vida, e que não vê necessidade de ampliar a legislação já vigente sobre o assunto.

– Pessoalmente não sou favorável ao aborto. Se eleita presidente, vou tratar essa como uma questão de saúde pública, atendendo as mulheres que são vítimas – disse Dilma Ao responder a primeira pergunta sobre o pré-sal, Serra criticou o “oba-oba” sobre os recursos. Defendeu a criação de um fundo para investir em educação e atendimento aos aposentados. Plinio pediu calma e que se faça um plebiscito para o povo decidir o que fazer com os recursos.

O debate começou com Plinio de Arruda Sampaio se apresentando como católico desde os 15 anos e que o PSOL fez a opção pelos pobres, o que o diferencia dos outros candidatos: – Esses aqui atendem primeiro os ricos. Atendem também os pobres, depois, se der.

O Globo (24/09/2010)