Abrasme apresenta a primeira edição impressa dos Cadernos Brasileiros de Saúde Mental

Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME) apresenta a seus associados e a todos envolvidos na luta pela implantação da Reforma Psiquiátrica no Brasil, a sua primeira edição impressa dos Cadernos Brasileiros de Saúde Mental.

Seguindo uma tendência mundial de produção de arquivos digitais, a revista que já vinha sendo publicada via meio eletrônico, oferece a seus leitores este número impresso que marca os grandes momentos da publicação nacional, como a edição da revista Saúde em Debate. Espaço que marcou o momento inicial da Reforma Sanitária, reunindo diversos pensadores críticos no campo da saúde.

Este primeiro número impresso da revista traz como tema, a importância dos movimentos sociais na construção das políticas públicas de saúde mental, bem como o reconhecimento da participação social neste processo. A ABRASME entende que a mobilização da sociedade na luta pela extinção dos manicômios avançou substancialmente. Vimos, na atual conjuntura, um crescente movimento contrário aos ideais da Reforma Psiquiátrica, subsidiados pela propaganda sobre o consumo do crack. O cenário aponta para medidas que defendem a volta das internações em abrigos ou comunidades terapêuticas.

A publicação segue uma posição diferente ao discurso midiático. Aponta para a participação social que inventa no cotidiano, formas de lidar com o sofrimento psíquico em um ambiente de liberdade e respeito aos direitos humanos, e outras resoluções nacionais e internacionais, como a Declaração da ONU para a Proteção de Pessoas acometidas de Transtorno Mental e a Melhoria da Assistência em Saúde Mental. Além da participação dos sujeitos em sofrimento psíquico nos debates através de Encontros de Saúde Mental, Congressos, Conferências Nacionais de Saúde Mental, nos Conselhos de Saúde e Comissões de Saúde Mental, conforme preconiza o Sistema Único de Saúde (SUS).

A edição apresenta experiências que foram fundamentais na construção do Campo da Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Demonstra a riqueza da participação e a pluralidade de atores envolvidos neste processo como militantes da cultura, dos direitos humanos, da população de rua, de crianças e adolescentes, da economia solidária, entre outros.

Pensamos, com este número, retomar as questões radicais – como diria Marx, radical é ir a raiz da questão – da Reforma Psiquiátrica, demonstrando através de diversas experiências, que o tratamento em liberdade ainda é a melhor forma de lidar com o sofrimento psíquico.

Fonte: Abrasme