Brasileiro compromete mais de uma década de vida com doença

O brasileiro perde até 13 anos de sua vida devido à doença, aponta comunicado n° 8 do Ipea, “Terceira idade e esperança de vida: o Brasil no cenário internacional”, dos pesquisadores Milko Matijascic e Maria Piñon Dias. Menos anos de vida saudáveis oneram os gastos com previdência. Os pesquisadores reconhecem que há uma previsão de duplicação da população com 60 anos ou mais entre 2007 e 2025, no Brasil (dados do Banco Mundial). “Mas é bom esclarecer que o mero aumento da expectativa de vida não significa que todos irão atingir a velhice”, afirma novo estudo do Ipea. Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), apresentados no gráfico abaixo, apresentam estimativas que revelam que mais de um terço dos homens brasileiros e mais de um quinto das mulheres nascidos entre 2000 e 2005 podem não atingir os 65 anos de idade.

Probabilidade de não atingir os 65 anos de idade – Dados em porcentagem para 2003

grafico_dados01 - pesquisa Ipea-doena BR

A probabilidade de morrer antes dos 65 anos de idade é alta no Brasil e supera
à da China, conforme mostra o gráfico abaixo.

Perdas de anos de vida saudáveis em países selecionados (2003)

grafico_dados02 - pesquisa Ipea-doena BR

Fonte: OMS – Organização Mundial da Saúde. Elaboração Ipea

Os pesquisadores alertam que essa situação compromete a competitividade do país. A vida saudável após os 60 anos no Brasil é bem inferior à de países mais desenvolvidos. O texto defende uma política de desenvolvimento que leve em conta todos esses dados, adotem medidas que previnam os riscos de acidentes, violência e perda de condições de vida saudáveis. “Os custos com gastos sociais podem ser compensados por menores despesas com tratamentos médicos ou de pessoal para cuidar dos doentes”, diz o trabalho.

É importante analisar com cuidado quais desafios estão à frente. O texto frisa que “o aumento da esperança de vida saudável só será possível com melhorias nas condições de trabalho, de transporte, de moradia, melhoria na qualidade da educação das famílias e eficientes políticas públicas de saúde preventiva”. Os pesquisadores alertam “para a necessidade de construir um Estado que seja capaz de intervir para garantir maior eqüidade, aprofundando as iniciativas existentes e gerando condições que possam se traduzir em maior competitividade”. Os dados revelam que é preciso cuidar melhor da população para que o país possa finalmente desenvolver suas potencialidades.

>> Para acessar o estudo na íntegra clique aqui.

 

Fonte: Ipea