IDSUS – Números sem epidemiologia: como prestar um desserviço ao SUS e aos bons gestores
Diz o Ministério que se baseou teoricamente (?) no Projeto Desenvolvimento de Metodologia de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde Brasileiro PRO-ADESS, projeto liderado pela ABRASCO e pelo ICICT da Fiocruz. Ao contrário do que diz o Ministério, o PRO-ADESS foi desenvolvido justamente para se OPOR à proposta de utilização de indicadores compostos ou agregados para hierarquizar países que foi empregado pela Organização Mundial de Saúde para produzir seu malsinado Relatório Mundial de Saúde de 2000
![](https://i0.wp.com/cebes.org.br/site/wp-content/uploads/2014/05/Foto-Belinha.png?fit=357%2C286&ssl=1)
Quem pode viver e quem pode morrer?
A morte do Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento Duvanier Paiva, ocorrida no mês de janeiro, depois de sofrer um infarto e não ser atendido em dois hospitais privados de Brasília, provocou um sentimento de desamparo em todos nós. Fomos expostos à frágil realidade de nosso sistema de saúde em nos proteger de uma morte súbita e precoce.
SUS: 27% dos brasileiros vivem em cidades com índices mais baixos de qualidade dos serviços
Brasília – Vinte e sete por cento da população brasileira vivem em cidades com as notas mais baixas de acordo com o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (Idsus), criado pelo governo federal para medir o acesso do usuário e a qualidade dos serviços da rede pública.
Dos 5.563 municípios, 1.150 (20,7% do total) receberam pontuação abaixo de 5, em uma escala de 0 a 10 estabelecida pelo índice. Nessas cidades, onde a infraestrutura de saúde é classificada de alta, média ou baixa, vivem mais de 50 milhões de brasileiros.
Mais de 70% da população (134 milhões de pessoas) estão em 4.066 cidades (73,1% do total de municípios), que receberam notas entre 5 e 6,9. Somente 1,9% – cerca de 3,2 milhões de brasileiros – reside no grupo dos 347 municípios mais bem pontuados, que conquistaram nota superior a 7.