Overdose de pragmatismo
“Saúde não dá voto, mas tira” é um dos bordões prediletos de candidatos a cargos eletivos majoritários. Entender, por alto, o que isso quer dizer é relativamente fácil. Investimentos na saúde resultam em baixo rendimento eleitoral porque a melhora das condições assistenciais estimula novas insatisfações. Difícil é botar uma campanha na rua que ignore as pesquisas indicativas das crescentes preocupações com saúde (9% em 2002, 26% em 2006 e 37% em 2012) e seu papel de campeã invicta das prioridades apontadas pelos brasileiros.
As tentativas de conciliar intuição e expertise política com evidências extraídas de investigações quantitativas e qualitativas, especialmente encomendadas para avaliar as expectativas dos eleitores, aproximam as propostas de diferentes candidatos para o futuro da saúde nas cidades. Nas eleições anteriores, os programas para saúde consistiram na reiteração de compromissos e demonstrações de atitudes enérgicas de vontade para fazer mais, melhor ou regulamentar o que já existia.