Fanáticos pela moderação
Depois do destaque conferido ao NHS (National Health System) na abertura dos Jogos Olímpicos em Londres, ficou impossível sustentar que a saúde é igual em qualquer parte do mundo. Para brasileiros receptivos e de mente aberta, a exibição da importância civilizatória de um sistema de saúde inteiramente baseado no financiamento e prestação de serviços públicos abalou convicções e suscitou imensa curiosidade.
Os menos familiarizados com o tema, mas acostumados a atribuir valores positivos ao sistema privado e negativos ao público, assistiram a uma monumental demonstração de que a inversão desses sinais altera o produto. Mas a duradoura e abrangente política de saúde inglesa não comoveu nossos conterrâneos ciosos de suas reputações moderadas.
A democratização da informação atrapalhou o ordenamento das ideias, mas não os demoveu. Com o vencimento do prazo de validade do atestado de isomorfia dos sistemas de saúde, mediante o uso de crônicas pessoais de atendimento no exterior, houve apenas mudança no jeito de expressar as analogias entre o SUS e o NHS. Substituiuse o pareamento de problemas similares, relativos aos sistemas públicos, tais como filas e a qualidade dos serviços, pela impossibilidade de correspondência.
Por mais recursos para a Saúde: diga Sim!
Há 35 anos acontece no Brasil um movimento sanitário que luta pela garantia da saúde como um direito social e a saúde como política de Estado para que o Sistema Único de Saúde (SUS) se torne uma prioridade para todos os governos. Mas, apesar da existência do SUS, criado para ter abrangência universal e operar com qualidade por gestão publica, há uma forte tendência de crescimento e reserva da assistência médica ao mercado.