Declaração da Saúde de Belém

Movimentos Sociais lançaram no dia 27/1 a Declaração da Saúde de Belém. O documento – que dentre outras propostas lança a campanha pelo reconhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como patrimônio da humanidade – nasce com a difícil missão de balizar a construção de uma política que cicatrize as feridas deixadas pelo neoliberalismo no mundo. A plenária que decidiu pela carta fechou a programação da 3ª Edição do Fórum Social Mundial de Saúde (FSMS), evento ocorrido entre os dias 25 e 27 de janeiro, antecedendo o Fórum Social Mundial, em Belém (PA).

A rejeição ao atual modelo de desenvolvimento econômico, aliás, é um dos maiores princípios da carta. “A crise econômica que o mundo está assistindo veio para mostrar que o modelo neoliberalista não é um modelo sustentável para todos. É excludente socialmente, economicamente e ambientalmente falando. É um sistema que não liga para a dignidade das pessoas”, afirmou um dos organizadores da 3ª edição do FSMS, Valdevir Both.

Ele ressalta ainda que a crise econômica mundial abriu uma grande brecha para repensar o sistema de saúde no mundo. “Acredito que uma nova concepção será pensada. Hoje, muitos presidentes, como o próprio presidente Lula, optou pelo Fórum Social Mundial ao Fórum de Davos. Isso só reforça um processo de resistência ao que está posto”, afirmou Both, ressaltando que outro medidor da importância desta discussão é o número de participantes do FSMS. Dos 800 participantes estimados inicialmente, o evento em Belém reuniu mais de 2 mil pessoas.

Outro ponto que consta na Carta assinada ontem é o compromisso de realização da 1ª Conferência Mundial sobre Sistema Universal de Saúde e Seguridade Social. O evento, que vai envolver representantes de mais de 50 países, será realizado ao final do ano, em Brasília.

Para Both um dos principais gargalos da saúde no mundo é a dificuldade de acesso das pessoas aos serviços. E um grande exemplo disso, diz ele, é o sistema de saúde dos Estados Unidos, que deixa fora da rede de assistência mais de 50 milhões de pessoas.

“Apesar de todos os problemas, o modelo de atendimento aplicado pelo SUS ainda é o mais próximo do ideal, porque traz em sua concepção valores como a universalidade dos direitos e a integralidade”, defendeu.

Fonte: Blog do Inesc

O Cebes divulga abaixo a Declaração Política da 3ª edição do FSMS:

Declaração resumida

Declaração completa