Democratas conseguem maioria no Senado para debater reforma na saúde
Em uma sessão extraordinária no Senado convocada para votar sobre o início do debate sobre o plano proposto na Casa as senadoras democratas moderadas Blanche Lincoln e Mary Landrieu asseguraram os apoios que os democratas necessitavam para dar início ao debate.
Apesar de ter maioria no Senado, os democratas necessitavam obter 60 votos para evitar que os republicanos, que contam com 40 dos 100 assentos da Casa e se opõem em bloco ao plano, bloqueassem a votação.
Lincoln e Landrieu, que não se tinham pronunciado sobre o projeto de reforma apresentado no Senado pelo líder democrata Harry Reid, afirmaram em seus comparecimentos que apoiarão a votação no dia 21. “Não fazer nada não é uma opção”, disse Landrieu.No entanto, “meu voto de hoje para avançar neste importante debate de nenhuma maneira deve ser interpretado como uma indicação de como poderia votar se o debate chegar a seu fim”, disse.”É um voto para seguir adiante, mas fica muito a fazer”, ressaltou a senadora pelo estado de Louisiana.
A votação final acontecerá às 20h locais (23h, no horário de Brasília) e dará sinal verde para que o debate sobre o plano do Senado comece depois do recesso pelo feriado do Dia de Ação de Graças.
O plano de 2.074 páginas apresentado por Reid ao Senado tem um custo de US$ 849 bilhões a dez anos e prevê dar cobertura médica a quase 31 milhões de pessoas.
Também obriga os americanos a comprarem um seguro médico – como já ocorre com os carros – e impõe multas às seguradores que negarem cobertura a pessoas com condições médicas preexistentes.
Os partidários da reforma insistem em que é a melhor solução para os problemas que afetam o sistema de saúde, que priva de cobertura médica pouco mais de 47 milhões de pessoas, tem custos exorbitantes e oferece poucas opções.Se o Senado votar positivamente, o debate sobre a proposta começará a partir de 30 de novembro.No entanto, não está claro que terminará a tempo para que o presidente Obama assine um projeto de lei antes do fim de ano, já que quando o Senado aprovar sua versão um comitê de ambas as câmaras deverá se reunir para unificar suas propostas.
Com uma diferença de apenas cinco votos, a Câmara de Representantes aprovou há duas semanas seu plano, que inclui uma versão mais liberal da “opção pública” e um custo de mais de um US$ 1 trilhão em dez anos, que seria reposto por uma alta de impostos e economias no programa de saúde para os idosos Medicare.
EFE