Denuncia sobre o fechamento do núcleo de Saúde Mental do SAMU-DF

O governo do Distrito Federal quer fechar o Núcleo de Saúde Mental (Nusam) do SAMU-DF, que em 2020 contou com mais de 7 mil diagnósticos. O Nusam está em terceiro lugar no ranking, atrás de diagnósticos clínicos e traumáticos. Rubens Bias, integrante do Cebes e membro do Conselho de Saúde do Distrito Federal diz que, ao invés de atuar para fechar o núcleo, o GDF deveria trabalhar para amplia-lo. GDF diz que o serviço passará por uma reestruturação.

É muito preocupante essa notícia da intenção do governo de desmontar um serviço que é referência nacional em urgência e emergência em saúde mental. O governo Ibaneis vem sendo criticado por inaugurar muitos prédios – UPAs, UBS – mas sem profissionais dentro pra atuar. E agora esse desmonte se apresenta na saúde mental. O Nusam do SAMU é inovador, um dos únicos do País. E tem muita procura pra esse serviço“, explica. E continua: “O que a gente precisa não é fechar serviços em saúde mental, mas ampliar principalmente essas iniciativas bem sucedidas como o SAMU de saúde mental“.

O Nusam existe desde 2013 e é composto por uma Ambulância de Suporte Avançado (Condutor, Psiquiatra, Enfermeiro, Psicólogo ou Assistente Social), atendendo a todo o DF. A proposta é intervir nas situações de Emergência Psiquiátrica, reduzindo internações desnecessárias, prestando um serviço pré-hospitalar qualificado aos pacientes.

Uma servidora do GDF informou ao site Metrópoles disse que a direção do Samu convocou uma reunião para informar aos funcionários que a Central de Informações Toxicológicas e Atendimento Psicossocial (Ceitap) será retirada do organograma do Samu. Tal gerência abarca dois serviços: a Central de Informações Toxicológicas (Ciatox) e o Núcleo de Saúde Mental.

A servidora, que não quis se identificar, apontou ainda que, com a pandemia de Covid-19, os casos de comportamento suicida dobraram no DF, com as notificações de casos chegando a 14 por dia. “Ainda, há um aumento exponencial nos casos de surto psicótico, crise de ansiedade e depressiva, abuso de álcool e outras drogas”, relatou. “Temos maior incidência de crianças e adolescentes na emergência e o Samu está desarticulando esse serviço”, reclamou.

Rubens diz que a a mesa diretora do Conselho de Saúde do DF vai se reunir com o Secretário de Saúde para cobrar explicações a respeito dessa situação. “Além disso, com proximidade da Conferência das Etapas Regionais de Saúde, e das Conferências livres de saúde mental, toda a mobilização social e controle social vai agir pra garantir a manutenção do serviço“.

Procurada pelo portal Metrópoles, a Secretaria de Saúde disse que “o serviço ofertado na estrutura do Samu continuará a ser realizado de forma reorganizada”.

Ambulâncias do SAMU. Crédito: Rovena Rosa | Agência Brasil)