Grito dos Excluídos e Excluídas 2023: ‘Você tem fome e sede de quê?’

Vida em primeiro lugar! Você tem fome e sede de quê?
O Grito dos Excluídos e Excluídas ecoa sua voz neste 7 de setembro em todo o país 

Desde 1995 o movimento em defesa dos direitos e garantias do povo silenciado e invisibilizado de nossa sociedade vem fazendo história com sua atuação, especialmente mobilizada no Dia da Independência do Brasil (7 de setembro). O Grito surgiu como um contraponto ao Grito da Independência proclamado por um príncipe em 1822. 

Este ano o tema “Você tem fome e sede de quê?” evoca o anseio social não apenas por comida e água, mas também por justiça social, democracia, políticas públicas, inclusão e outros direitos fundamentais que o capitalismo subtrai em nossa sociedade. “O Grito é o protagonismo dos excluídos, ousadia e ações que provoquem a sociedade”, explicou Luiz Bassegio, secretário executivo do Grito dos Excluídos Continental e presidente da Rede Espaço Sem Fronteiras, durante a última edição do Cebes Debate, realizada na segunda-feira (4). 

O tema desta 29ª edição também proporciona um diálogo com o tema da Campanha da Fraternidade de 2023, que é “Fraternidade e Fome”, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos (CNBB). 

Para Bassegio, a edição deste ano tem muita importância no sentido de valorizar a democracia e seguir lutando por igualdade. “Quando o Grito fala em desenvolvimento, ele está dizendo que a riqueza socialmente produzida tem que ser socialmente distribuída”.  

Neste ano, o Grito quer valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, incentivar as ações que fortaleçam e mobilizem as pessoas para atuarem nas lutas sociais, denunciar toda sorte de injustiça e os males causados por este sistema neoliberal”. Luiz Bassegio

Injustiça climática – Uma das pautas do Grito dos Excluídos e Excluídas é a justiça ambiental. O diretor do Cebes e Matheus Falcão lembrou que as repercussões das mudanças climáticas, sobretudo, gerada por países centrais do capitalismo, recaem sobre as partes mais oprimidas e vulneráveis da população. “É importante que nós, enquanto parte anti-hegemônica do debate, pensemos em propostas que possam garantir o direito das populações invisibilizadas sobre os resultados das mudanças climáticas, especialmente no campo da saúde”. 

Luiz Bassegio destacou o questionamento ao agronegócio e o incentivo à agricultura familiar, como fornecedora de merenda escolar, por exemplo. “O governo precisa incentivar a agricultura ecológica e pôr na lei: criança na escola só vai comer comida saudável”. 

O Cebes debate está disponível no canal do Cebes no Youtube. Acesse aqui ou a seguir: