Ibope: brasileiro quer que Governo priorize a saúde

Na pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada no último dia 22 de setembro, um detalhe passou desapercebido. Além de apontar percentuais de intenção de voto para as eleições de 2010, ela deixou bem claro em qual setor o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido menos eficiente. 54% da população brasileira está insatisfeita com a forma como o governo do presidente Lula trata o setor de saúde. Outro ponto da pesquisa aponta que 59% das pessoas entrevistadas querem que o próximo Presidente da República priorize a saúde.

Para o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde, a pesquisa mostra com clareza que faltam recursos para a manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS) e a população está enxergando isso. “Essa pesquisa reflete a realidade do cidadão, da mulher que precisa exame de mamografia, do homem que precisa exame de próstata, da criança que precisa vacina. Faltam recursos federais. Os prefeitos se desdobram, os governadores fazem força, mas o Governo Federal não prioriza a saúde”.

Dados do Ministério da Saúde apontam que o problema do setor é falta de recursos e não de gestão. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde privados gastam, em média, R$ 1.428 com cada associado por ano. Já a rede pública, que oferece uma gama muito maior de serviços, como transplantes, vacinação e medicamentos de alto custo, por exemplo, tem gasto médio per capita de apenas R$ 675. O valor corresponde a R$ 1,56 por dia. “Isso mostra que no Brasil o setor público não gasta sequer uma passagem de ônibus por dia por cada cidadão”, ressaltou Perondi. Da despesa de consumo final com bens e serviços de saúde no país, 62% são gastos particulares e 38% do poder público.

O ministro José Gomes Temporão também tem mostrado que faltam recursos para a saúde. Segundo Temporão, a situação vem se deteriorando. Em 1995, segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil estava na 61ª posição em recursos aplicados para cada cidadão. Em 2006, havia caído para a 78ª colocação. O Brasil está atrás de países como Andorra, Catar, Costa Rica, Panamá, Argentina, Chile, México, Uruguai, Chipre e África do Sul. José Gomes Temporão ressalta que o SUS abrange 100% da população, mas atende 80% como única forma de acesso à saúde. Para isso, consome 3,5% do PIB, enquanto os demais países com sistemas de saúde universais dedicam, pelo menos, 6% do PIB.

Fonte: Notícias Deputado Federal Fábio Paiva