Iniciativa do UNFPA amplia apoio de parteiras para salvar mulheres e bebês
O UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, e a Confederação Internacional de Parteiras (ICM, do inglês International Confederation of Midwives) acabam de lançar uma iniciativa para enfrentar a séria falta de parteiras nos países em desenvolvimento.
A cada ano, ½ milhão de mulheres morre durante a gestação ou o parto e entre 10 e 15 milhões de mulheres são vitimadas por doenças e seqüelas graves ou permanentes. Além disso, três milhões de recém-nascidos morrem na primeira semana de vida e outros três milhões nascem mortos. Muitas dessas fatalidades poderiam ser prevenidas se todos os partos fossem, pelo menos, acompanhados por parteiras.
“Com o investimento em parteiras e no acesso universal à saúde reprodutiva, milhões de vidas poderão ser salvas e poderemos alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio no. 5, relativo à melhoria da saúde materna”, afirmou a Diretora Executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid.
Seria necessário haver 334 mil parteiras adicionais em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Estima-se que a atenção qualificada ao parto, com a garantia de cuidados obstétricos de emergência, poderia reduzir em 75% o número de mulheres mortas durante a gestação e o parto.
O novo programa de parteiras do UNFPA e da ICM aumentará o número de nascimentos atendidos por parteiras profissionais e desenvolverá as bases para a sustentabilidade da força de trabalho nessa área em alguns países em desenvolvimento selecionados. O foco será na capacitação de parteiras e melhoria da educação nesse setor, desenvolvendo padrões para a prática e fortalecendo as associações nacionais da categoria.
“Precisamos de ativistas fortes, que possam urgir os governos para que invistam nas tão necessárias parteiras”, afirmou a Presidente da ICM, Bridget Lynch. “Mas também precisamos trabalhar com os governos para garantir a ampliação e a melhoria da qualidade dos serviços das parteiras. Eles precisam apropriar-se desse esforço”.
Com recursos da ordem de U$ 9 milhões, a iniciativa será implementada inicialmente em 11 dos países mais afetados com os mais altos índices de mortalidade materna e seqüelas da gestação e do parto, além das mais baixas taxas de nascimentos atendidos por profissionais qualificados: Benin, Burquina Faso, Burundi, Costa do Marfim, Djibuti, Etiópia, Gana, Madagascar, Sudão, Uganda e Zâmbia. O programa será ampliado para incluir 30 ou mais países, se os recursos permitirem.
O projeto, que deve durar três anos, é financiado pelos Países Baixos e pela Suécia e será implementado pelos escritórios da ICM e do UNFPA nos países selecionados.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) é o organismo da ONU que promove o direito de cada mulher, homem, jovem e criança a viver uma vida saudável, com igualdade de oportunidades para todos; apóia os países na utilização de dados sociodemográficos para políticas e programas de redução da pobreza; e contribui para assegurar que todas as gestações sejam desejadas, todos os partos sejam seguros, todos os jovens fiquem livres do HIV e da aids e todas as meninas e mulheres sejam tratadas com dignidade e respeito.
Fonte: UNFPA