Microcrédito não atinge 50% dos pobres

Trabalho realizado pelo brasileiro Cláudio Ferraz, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicada (Ipea), em parceira com o americano Frederico Finan, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), avaliou os efeitos eleitorais da corrupção nas eleições de 2004 depois das auditorias feitas pela Controladoria Geral da União (CGU) em 367 municípios de todo o país. Os auditores da CGU costumam averiguar, por exemplo, casos de denúncias sobre o desvio de verbas públicas, se um projeto previsto foi executado ou não, se as empresas que participam de licitações existem de fato ou se a merenda escolar foi entregue.

Ao analisarem os dados levantados pela CGU, Ferraz e Finan concluíram que o eleitor brasileiro quando bem informado rejeita os políticos acusados de corrupção e prefere os candidatos honestos. No estudo “Exposing Corrupt Politicians: the effects of Brazil’s publicly released audits on electoral outcomes”, os economistas verificaram, com base em métodos estatísticos, que a divulgação das auditorias da CGU nos municípios onde foram detectados muitos casos de corrupção reduziu em 20% as chances de reeleição dos prefeitos. Percentual ainda maior foi verificado nos municípios onde havia rádio local e, consequentemente, uma maior repercussão das auditorias da CGU. Outro dado também apontado no estudo revela que os prefeitos reeleitos para o segundo mandato cometeram em média de 23% a 31% mais fraudes se comparados aos que exerciam o primeiro mandato.

Este trabalho integra o rol de papers de discussão do The Institute for the Study of Labor (IZA), espaço internacional de discussão online disponível no site: http://www.iza.org/publications/dps/.

>> Veja o estudo: “Exposing Corrupt Politicians: the effects of Brazil’s publicly released audits on electoral outcomes”