Nota de Falecimento: Sibele Ferreira

Faleceu dia 07 de novembro, em Belo Horizonte, Sibele Maria Ferreira Gonçalves, médica sanitarista mineira, Cebiana e militante da saúde pública. A médica sofreu um infarto em sua residência.

Em 1983, ao se formar em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já sabia que queria se dedicar à medicina social e à saúde pública. Tanto que no ano seguinte ingressou na Especialização em Medicina Preventiva e Social, da mesma instituição.

Foi consultora do Ministério da Saúde; assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS); gerente de tecnologia de informação em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte; pesquisadora/ consultora do (NESCON/ UFMG); e desde novembro de 2013 prestava consultoria para a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte na implantação do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro.

Durante sua vida profissional, dedicou-se ao trabalho estratégico de informações para saúde. Participou ativamente da implantação da identificação única do paciente no cartão SUS e da Rede Interagencial de Informações para Saúde (RIPSA) enquanto assessora técnica do CONASEMS, bem como na territorialização e diagnóstico local para qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – experiências que contribuíram para que ela retornasse ao Ministério da Saúde anos depois atuando na organização do Sistema Nacional de Informações em Saúde (SNIS).

Participou da construção do “SUS-BH: Cidade Saudável”, o Plano Macro-estratégico da Secretaria Municipal de Saúde Belo Horizonte para o quadriênio de 2009-2012; da “Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde”, do Ministério da Saúde; e outros projetos importantes para a qualificação da assistência à saúde.

Aos 54 anos, Sibele deixou um legado de dedicação ao SUS e defesa do direito à Saúde. Contribuições que ficarão para sempre, se não pela competência gestora e criadora, pela ousadia, alegria e irreverência com que sempre levou a vida – profissional e pessoal.

Em carta a Nilo Bretas, Armando Raggio se solidariza.

 

Caríssimo,

Marema me contou…
Eu vim pra lhe ver e conversar sobre como posso colaborar aqui,
como disse Jorge Harada ao nos encontrarmos há pouco:
contribuir para a causa municipalista!

Pois é… Você não estava por motivo mais do que justo,
ainda que injusta seja a causa de sua ausência / presença
ao lado dessa que eu conheci como sua inseparável companheira.

É uma injustiça que Sibele tenha passado por aqui assim tão breve, sem se despedir.
Em compensação ela sempre foi acelerada, talvez em premonição de que teria um tempo estabelecido,
sem perder o tempo de fazer as coisas das clínicas, às técnicas e às artes.

Sibele que parava avião no peito, agora alcança o firmamento e deixa sua marca,
o sorriso largo, a voz grave, os braços abertos como quem pode alçar voo.
Isso mesmo, ela alçou voo pra outras paragens…

Com a altivez que lhe era própria.

Sibele passou por aqui!

Abraço apertado,

Armando Raggio.

Uma notícia muito triste para o movimento da Reforma Sanitária. A diretoria do Cebes e toda a comunidade da saúde pública brasileira lamentam esta inestimável perda.