Obama incorpora ideias republicanas à reforma na saúde
Washington, 3 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou hoje de um plano modificado de reforma no sistema de saúde, já com algumas ideias republicanas, e exigiu ao Congresso que vote pois “não há mais tempo para demora”.
“É a hora de tomar uma decisão sobre como é preciso reformar finalmente o sistema de saúde para que funcione não só para as seguradoras, mas também para as famílias e negócios nos EUA”, disse Obama em um ato com profissionais de saúde e funcionários do Governo na Casa Branca.
No discurso, Obama delineou a proposta modificada de reforma, que, segundo disse, incorpora elementos já aprovados pelo Congresso e algumas ideias republicanas colocadas durante a reunião de quinta-feira entre legisladores dos dois partidos.
O presidente não se estendeu em explicações sobre as exigências republicanas que a proposta inclui.
Ele reiterou que existe consenso sobre as consequências de não agir agora contra o crescente custo do cuidado médico nos EUA, que investe cerca de US$ 2 trilhões ao ano em saúde.
A proposta impulsionada pelo presidente pretende estender a cobertura médica a cerca de 31 milhões de americanos que carecem de um seguro e teria um custo anual de US$ 100 bilhões.
Segundo Obama, o desacordo fundamental entre ambos os lados do debate é sobre até onde ampliar a supervisão das seguradoras.
O presidente, que na próxima semana promoverá a reforma na Pensilvânia e no Missouri, insistiu que, ao contrário do que propõem os republicanos, “todos os argumentos já foram expostos” e todas as ideias estão sobre a mesa. Por isso, frisou, não é necessário começar de novo o debate sobre a reforma.
Ao explorar as ideias promovidas de todos os setores políticos, o presidente descartou substituir o sistema atual por um controlado pelo Governo porque, “embora muitos outros países o tenham, nos EUA não seria nem prático nem realista”.
O debate nacional sobre a reforma na saúde começou em março do ano passado e agora os democratas no Congresso estudam estratégias para submeter à votação o plano mesmo sem apoio republicano.
Uma das possibilidades é recorrer a uma manobra orçamentária do Senado que requereria unicamente uma maioria simples de 51 votos, em vez dos 60 que seriam necessários para impedir que a oposição bloqueie a reforma.
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse no plenário que se os democratas optarem por esse caminho gerariam a “ira” da opinião pública que, segundo ele, não quer a reforma.
Fonte: uol/EFE