Presidência da Fiocruz parabeniza mobilizações e participações na Rio+20

Paulo Gadelha – 27/06/2012

A Presidência da Fiocruz agradece e parabeniza a toda a comunidade pela mobilização e participação na conferência Rio+20 – atuação que teve início bem antes da abertura oficial do evento. Durante meses a instituição organizou encontros e promoveu debates que tiveram por finalidade engajar a Fundação e contribuir para minorar um problema: a ausência do tema saúde na discussão principal. A atuação destacada da Fiocruz e a articulação com parceiros como a Opas, o Ministério da Saúde, a Abrasco e o Cebes, entre outros, permitiu dar à saúde uma visibilidade e uma importância que estavam imerecidamente fora do eixo oficial dos debates.

Buscando preencher a lacuna que existia no chamado Esboço Zero, que era uma primeira proposta para o documento oficial a ser endossado pelos chefes de Estado presentes à Rio+20, a Fiocruz elaborou o documento Saúde, ambiente e desenvolvimento sustentável, que ficou em consulta pública e aceitou contribuições diversas. Mais uma vez, a Fundação levou ao debate público as suas propostas e ideias e ainda as críticas ao modelo de desenvolvimento atual, que é insustentável e pôe em risco a atual e as futuras gerações.

Além dessa necessária e relevante intervenção no eixo oficial da conferência, a Fundação também esteve presente nos eventos paralelos da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, por meio da Tenda Saúde, Ambiente e Sustentabilidade. No local ocorreram mesas-redondas, lançamento de livros e atividades que mostraram a relevância e o protagonismo da sociedade civil e dos movimentos sociais – como no questionamento dos impactos à saúde e ao ambiente gerados pelos grandes empreendimentos econômico-industriais ora em implantação no país.

Na Aldeia Kari-Oca, instalada no campus Fiocruz da Mata Atlântica, a Fundação abrigou mais de 400 representantes de povos indígenas, vindos de vários estados e de outros países das Américas. Durante dez dias eles disputaram Jogos Indígenas, promoveram troca de experiências e debates, fizeram manifestações por seus direitos e ressaltaram a importância de se reconhecer de maneira ampla e corrente os saberes ancestrais e tradicionais dos povos da floresta, que mantêm uma relação não-predatória com o ambiente. A Fundação também mostrou sua presença em iniciativas de popularização da ciência, que ocorreram no Cais do Porto e atraíram milhares de jovens.

Se a Rio+20 não logrou atingir integralmente os anseios da sociedade, cabe às instituições comprometidas com a saúde da população e a melhoria da qualidade de vida permanecer mobilizadas para que as mudanças sejam possíveis. Esse caminho, o do enfrentamento das questões que são um desafio para a saúde e o ambiente, passa pelo reforço das parcerias que a Fiocruz mantém e pela articulação com novos atores, levando a propostas efetivas ao reunir academia, governos e movimentos sociais na elaboração de um modelo que supere os atuais entraves. A Fundação continuará a dedicar um grande esforço para dar centralidade à saúde na construção de um modelo de desenvolvimento que seja sustentável, inclusivo e socialmente justo.

Paulo Gadelha