Reforma de saúde dos EUA terá que voltar a ser votada

Os republicanos, fortes opositores à reforma de saúde de Barack Obama, conquistaram um pequeno triunfo na madrugada desta quinta-feira, ao eliminar dois itens do texto da lei, o que obrigará uma nova votação na Câmara Baixa.

A Câmara de Representantes aprovou no último domingo (21), por 219 votos a 212, o projeto de reforma da saúde, que Obama promulgou na última terça-feira (23) em uma cerimônia na Casa Branca.

Entretanto, os legisladores também aprovaram no domingo um pacote de emendas à lei, o que foi fundamental para que um grupo de democratas contrários ao aborto desse o “sim” na votação.

Este pacote de emendas devia ser aprovado sem mudanças no Senado, o que não ocorreu. Os republicanos, dispostos a não se darem por vencidos, apresentaram uma bateria de modificações com a intenção de retardar o processo.

Na última quarta-feira, o Senado iniciou uma longa sessão para debater e rejeitar, uma a uma, as propostas republicanas. No entanto, já na madrugada desta quinta-feira, a oposição conquistou um triunfo ao demonstrar que dois dos itens previstos pelo projeto de lei violavam as regras orçamentárias.

As partes em questão se referem a bolsas de estudos para estudantes de baixa renda e permitiram aos republicanos colocarem uma pedra no caminho dos democratas, obrigando a devolução do texto à Câmara.

Fontes do legislativo esperam que os congressistas da Câmara Baixa aprovem sem problemas o texto modificado, fazendo, assim, com que ele siga para a Casa Branca, para assinatura do presidente Barack Obama.

A intenção era fazer com que o processo fosse terminado antes do recesso de Semana Santa, que começa nesta sexta-feira, mas agora não é certo que será possível.

Enquanto isso, Obama deve iniciar nesta quinta-feira, no estado de Iowa, uma viagem pelo país para explicar as virtudes do projeto à população, que se mantém dividida a respeito.

Uma pesquisa da empresa Gallup publicada na quarta-feira indicava que 49% dos americanos apoiam a medida, contra 40% que a rejeitam, o que representa uma importante mudança de opinião, pois antes da votação no Congresso os opositores eram maioria.

Fonte: Folha de São Paulo