Rio de Janeiro decreta estado de epidemia
Correio Braziliense – 25/04/2012
Com 50.016 casos e 12 mortes, a cidade do Rio de Janeiro vive, oficialmente, uma epidemia de dengue. Enquanto a marca para reconhecer o problema é de 300 notificações por 100 mil habitantes, a capital fluminense já tem índice superior a 600. E o número de casos tende a crescer vertiginosamente a partir de agora, pelas estimativas da própria Secretaria Municipal de Saúde. Na última semana, entre 15 e 21 de abril, houve cerca de 10 mil novos diagnósticos. Outros seis municípios — do Norte, Nordeste e Centro-Oeste — passam por situação semelhante, segundo levantamento do Ministério da Saúde.
De acordo com informações repassadas à pasta até 18 de abril, a pior epidemia ocorre no Tocantins. Palmas já registrou, em 2012, 4.287 casos, chegando ao índice de 1.877,5 diagnósticos por 100 mil habitantes. Em Araguaína, outra cidade tocantinense, esse número chegou a 1.598,8. Rio Branco tem 790,4 casos por 100 mil habitantes, seguido por Cuiabá, com 543,6. As capitais Recife e Goiânia também apresentam taxas preocupantes, embora mais baixos, com 360,5 e 355, respectivamente. O ranking dos municípios com os mais altos indicadores de dengue no país só considera cidades com mais de 100 mil habitantes.
Pelo levantamento, quando se considera o Brasil inteiro, o número de casos caiu 51%, visto que foram 228.714 notificações, contra 468.986 registradas no mesmo período de 2011. Os diagnósticos do tipo grave da doença também tiveram redução considerável, de 90%, saindo de 6.638 do ano passado para 652 em 2012. Houve 50 mortes, 82% a menos que os 283 óbitos registrados no mesmo período do ano anterior. O Ministério da Saúde ressaltou, em nota, que está cumprindo com suas responsabilidades, enquanto o SUS, com “financiamento, assessoria técnica, provimento de insumos estratégicos (inseticidas e kits para diagnóstico), capacitação e apoio nas campanhas de informação e mobilização”.
Durante entrevista coletiva, o secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohmann, minimizou a epidemia, dizendo se tratar de uma questão numérica. Ele ressaltou não haver colapso do atendimento. Dohmann lembrou ainda que o número de mortes este ano, 12, foi menor que o registrado em 2011 no mesmo período, 31 óbitos. Em 2002, na primeira epidemia de dengue na cidade, 62 pessoas morreram em decorrência da doença. Em outro ano de epidemia grave, 2008, foram 136 mortos.