Relatório de Gestão do Cebes – 2011/2013

VIVA O CEBES!

Desde os anos setenta, o Cebes direcionou sua atuação política pela democracia e construção de um projeto de hegemonia que fundamentou a Reforma Sanitária Brasileira. Naquele contexto, a entidade se constituiu na perspectiva real de aglutinação de militantes em todos os estados e matizes ideológicas e políticas, mobilizados contra a ditadura e por novos tempos de mais democracia e direitos sociais para o Brasil.

Esta pluralidade contribuiu para uma forte hegemonia que foi alimentada pelas contribuições teóricas do Cebes, veiculadas pela Revista Saúde em Debate (RSD). O pensamento crítico teve forte impacto na formação dos profissionais de saúde, nos movimentos sociais e na indução das ações e decisões dos poderes Legislativo e Executivo.

Nossas conquistas como movimento da reforma sanitária brasileira não se esgotaram na 8ª Conferência Nacional de Saúde e nem no capítulo da Constituição Federal de 1988, estão presentes no processo de implantação do SUS nos últimos 25 anos. Reconhecemos uma certa fragilidade do movimento agravada nas duas décadas pós criação do SUS, tanto nas iniciativas e articulações, como no espírito crítico original da Reforma Sanitária.

Ao completar 30 anos, o Cebes foi resgatado pelo processo de sua refundação, que foi um reencontro com suas características originais de espaço de discussão da política e da saúde, para além do espaço da discussão da política de saúde, como vem sendo consagrado no espírito presente dos Simpósios promovidos pela entidade, que acontecem a cada dois anos.

O movimento de refundação elegeu Sonia Fleury como Presidente e lançou o Manifesto “O CEBES VIVE- VIVA O CEBES!”. Começou aí uma aposta nos núcleos do Cebes com o sentido de ampliar a participação e a presença da entidade em todos os espaços possíveis, articulados às bandeiras da Reforma Sanitária. Hoje contabilizamos 19 núcleos Brasil afora, que, mesmo de forma heterogênea, marcam efetivamente a presença da entidade no país.

Sob a liderança dos dois presidentes posteriores, Sonia e Roberto Passos, e na atual gestão, o Cebes vem mobilizando a militância, compondo novas alianças e incorporando novos mecanismos e atores da luta pelo direito à saúde, retomando, ampliando e radicalizando sua tarefa histórica de ação política. Hoje é uma entidade respeitada no cenário político e pela sociedade civil.

Tendo como orientação a análise crítica e a transformação do saber em propostas estratégicas de intervenção política para mudança da realidade, o Cebes procura em seu trabalho e atuação articular o conhecimento científico com a análise política, sem se confundir com o trabalho das instituições de cunho predominantemente acadêmico como a nossa parceira ABRASCO, com as organizações corporativas e com os partidos políticos.

Nessa gestão, a entidade reafirmou sua vocação histórica como espaço plural e não-partidário, comprometido com a construção da Democracia, entendida além da institucionalidade e da representação envolvendo uma luta por mudanças no modelo do Estado e do desenvolvimento econômico e social, por uma sociedade plural, inclusiva onde todos sejam iguais, cidadãos que se reconheçam como sujeitos de direitos.