Salário feminino é 2/3 do que ganha um homem na América Latina

As mulheres são as mais afetadas pelo desemprego, informalidade e pobreza na América Latina. É o que revela o relatório “Trabalho decente e igualdade de gênero: políticas para o acesso e a qualidade do emprego das mulheres na América Latina e Caribe” realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e diversas organizações para o desenvolvimento social.

Portal Vermelho

O relatório apresentado durante a 18ª Conferência Interamericana de Ministros do Trabalho (CIMT) revela que a taxa de desemprego entre as mulheres é de 9,1%, 1,4 vezes maior que a dos homens. Ele também indica que as mulheres recebem salários mais baixos em todos os setores de trabalho.

Na região existem cerca de 100 milhões de mulheres que trabalham e apesar de a taxa de emprego ter aumentado de 49,2% em 2000 para 52,6% em 2010, ainda é inferior à dos homens que corresponde a 79,6%. A ocupação feminina está concentrada principalmente em serviços e no comércio.

Elizabeth Tinoco , diretora do Escritório Regional da OIT para a América Latina, chamou a atenção dos governos para o tema: “É hora de colocar a igualdade de gênero como um objetivo geral e transversal de políticas sociais e econômicas”, afirmou. Em sua avaliação, os avanços em igualdade nos últimos 30 anos foram importantes, mas insuficientes.

Os dados do relatório indicam que as mulheres têm menos probabilidades que os homens de conseguir emprego (60,7% versus 68,5%). Os dados referentes à renda revelam que apesar dos progressos nos últimos anos, as mulheres ganham o equivalente a 68% do que ganham os homens.

“A igualdade de gênero e o empoderamento econômico das mulheres ainda é uma meta a ser alcançada na América Latina e no Caribe”, diz o relatório. O texto enfatiza que superar diferenças entre homens e mulheres potencializadas pelas desigualdades raciais e étnicas, requer ainda que um longo caminho seja percorrido.

O relatório observa ainda que além da desigualdade de gênero há também a desigualdade entre as mulheres. “Não é a mesma coisa ser uma mulher indiana ou de ascendência africana, ser jovem ou velha, residir em áreas urbanas ou rurais, viver em seu país de origem ou ser uma migrante, ter filhos ou não”, pontua o documento.

Com informações da Agência Andes