30% dos casos da nova gripe não têm febre, diz médico americano

Muitas das pessoas contaminadas pelo novo vírus da influenza A (H1N1) podem não desenvolver febre. Richard Wenzel, um influente infectologista dos EUA, estima que 30% dos pacientes da nova gripe não apresentem febre.

Wenzel, que é professor na Virginia Commonwealth University (EUA) e ficou conhecido por seu trabalho no controle de infecções hospitalares, chegou a esse número após acompanhar o avanço da epidemia em dois hospitais da Cidade do México em maio.

O dado é relevante porque a febre faz parte da definição de caso de influenza que os médicos utilizam para identificar e testar as suspeitas de H1N1. Se pacientess em febre estão sendo “perdidos”, isso resulta numa compreensão distorcida de alguns aspectos da pandemia.

Em termos práticos o impacto não é tão significativo, pois a febre ainda é um bom fator preditivo da gravidade do quadro. Pessoasquenãotenhamfebre muito dificilmente devem procurar os serviços hospitalares.

Wenzel confirmou por e-mail à Folha que os casos sem febre costumam ser os mais leves, mas que,à medida que o quadro se agrava, a elevação da temperatura corporal tende a aparecer – ainda que não na totalidade dos casos.

Estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) realizado no México mostrou que 7% dos pacientes que morreram em virtude do novo vírus não apresentaram febre.

Publicações

O jornal “The New York Times” trouxe anteontem (10/8) uma reportagem em que informa que especialistas já contam com uma grande quantidade de novas informações sobre a gripe H1N1, mas que elas não estão sendo divulgadas por uma razão prosaica: eles submeteram seus trabalhos a periódicos que costumam levar meses antes de publicá-los e ainda impõem sanções aos pesquisadores que antecipem resultados.

Fonte: Folha de S. Paulo, 12/8/09 (reportagem de Hélio Schwartsman, da equipe de articulistas)