ANS: 20 milhões de brasileiros têm planos de saúde com avaliação ruim ou mediana

Data:26/10/2011

Aiana Freitas – Especial para o UOL Economia

Cerca de 20 milhões de brasileiros têm planos de saúde considerados ruins ou medianos em avaliação feita pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Esses brasileiros representam 45% dos usuários de planos de saúde no Brasil.

A ANS analisou, no total, 1.103 planos. Desse total, 743 tiveram pontuação inferior a 0,60, numa escala que vai até 1. Dentro desse universo, 437 planos tiveram nota entre as duas faixas mais baixas de pontuação; 306 planos registraram a pontuação média.

A avaliação foi feita de acordo com quatro quesitos: qualidade da assistência prestada ao cliente, estrutura de atendimento oferecida, situação econômico-financeira e atendimento.

Os planos foram, então, classificados pelo Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) em cinco faixas de pontuação: de 0,00 a 0,19; de 0,20 a 0,39; de 0,40 a 0,59; de 0,60 a 0,79; e de 0,80 a 1,00.

O consumidor pode descobrir a nota de seu plano no site da agência (www.ans.gov.br), acessando o link “Planos de Saúde e Operadoras” e, depois, “Informações e Avaliações de Operadoras”.

De todos os planos analisados, 360 tiveram pontuação acima da média –eles correspondem a 32% do total e represetam 25,7 milhões de clientes. Entre eles, porém, só 46 planos tiveram a nota máxima.

“Em termos relativos, não houve grande melhora nessa avaliação, feita em 2010, em relação àquela feita no ano de 2009”, diz o coordenador do programa de qualificação da ANS, João Matos. “Mas percebemos uma tendência de melhora ao longo do tempo, se considerarmos o resultado de 2007, por exemplo.”

Em 2007, o índice de operadoras com resultados entre as duas maiores faixas de pontuação era de 11%.

‘Muitas empresas têm problemas financeiros’, diz advogado

O resultado apresentado ainda é preocupante, na opinião do advogado especializado em planos de saúde Julius Conforti.

“É um contrassenso. O mercado de saúde privado está em plena ascensão, é rentável, a demanda é grande e o serviço é caro, mas muitas empresas têm problemas financeiros”, diz.

Conforti considera que um dos principais problemas das empresas é a má gestão.

“Em alguns casos, elas também tentam angariar clientes oferecendo planos por preços que não se sustentam.”

Para a professora adjunta da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e especialista no mercado de planos de saúde Lígia Bahia, a qualidade das redes credenciadas tem piorado.

“Os preços dos planos aumentaram, mas o repasse para os profissionais da saúde não aumentou na mesma proporção”, afirma.

Empresas podem sofrer intervenção da ANS

O coordenador do programa de qualificação da ANS, João Matos, diz que as empresas mal avaliadas podem ser alvo de ações administrativas da agência. A ANS pode, por exemplo, nomear uma espécie de interventor para acompanhar a situação da empresa de perto.

Matos afirma que a divulgação da avaliação tem por objetivo, principalmente, ajudar o consumidor final.

“O grande cliente desse serviço é o usuário. O índice pode ajudá-lo a nortear sua escolha, além de estimular a concorrência entre as empresas.”

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Evite planos de empresas que já sofreram algum tipo de intervenção da ANS. A informação pode ser obtida no Disque ANS (0800-701-9656)

Consulte as listas de reclamações de órgãos como Procon e própria ANS

Opte por empresas com rede credenciada ampla e espalhada pela cidade em que você mora.