Novos leitos para viciados
COMBATE AO CRACK
Recife receberá R$ 79 milhões da União para ampliar rede e abrir 217 enfermarias até 2014
O Ministério da saúde vai investir R$ 79,7 milhões no reforço e ampliação da rede de atendimento aos usuários de drogas no Recife. O repasse, parte do conjunto de ações lançadas na última semana pelo governo federal para combater o crack no País, será feito até 2014. Nos três próximos anos, a previsão é criar 217 novos leitos para tratamento de pacientes na capital pernambucana, sendo 77 em enfermarias especializadas em desintoxicação e 140 em unidades de acolhimento.
Com o repasse, os seis Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) existentes no Recife e estruturados pela prefeitura terão reforço de infraestrutura com a ampliação do valor da diária de internação de R$ 57 para até R$ 200, o que representa um aumento de 250% de verba para acolher e recuperar os usuários.
“O investimento reforça a necessidade de oferta de condições continuadas de tratamento para essas pessoas. É importante ressaltar que os municípios devem trabalhar com uma ideia de rede. A cooperação de diversos serviços do poder público é fundamental no enfrentamento do crack”, explica o coordenador de saúde mental do Ministério da saúde, Roberto Tykanori.
Uma das primeiras medidas a serem tomadas pela Prefeitura do Recife após o recebimento da quantia é a transformação do CAPs AD (álcool e drogas) Professor Luiz Cerqueira, especializado no tratamento de crianças e adolescentes, em um serviço 24 horas. “Já estamos encaminhando tudo que está em nosso alcance para transformar o perfil desta unidade (localizada em Santo Amaro, área central do Recife). Também haverá reforço nos Consultórios de Rua, com a ampliação de cinco para 10 equipes”, informa o secretário de saúde do Recife, Gustavo Couto.
Recife é a primeira cidade brasileira a transformar os Consultórios de Rua em política municipal, assumida pela prefeitura. Os consultórios são formados por 60 agentes de redução de danos, seis oficineiros, grupo de teatro e cinco técnicos de nível superior que vão às ruas para identificar os usuários de drogas existentes na cidade e tentar encaminhá-los aos CAPs e albergues de tratamento.
O reforço da rede atual também contará com a alteração de quatro CAPs porte 2 para porte 3, a criação de quatro unidades de acolhimento adulto e quatro unidades de acolhimento infantil.
Jornal do Comercio 17/12/2011