Preconceitos e prevenção
Correio Braziliense – 02/12/2011
O aumento da expectativa de vida traz reflexões em dois planos. Um é o individual. As pessoas precisam criar as condições de viver bem o tempo ganho. Um dos caminhos está em descartar os paradigmas ainda existentes que associam velhice à improdutividade, à falta de sexualidade e à doença.
No outro plano, estão a sociedade e as políticas públicas. Na medida em que o idoso passa a representar uma parcela significativa da população, o envelhecimento traz desafios, principalmente nas áreas da saúde e previdência. Não é que os velhos adoecerão, mas é claro que, com o avançar da idade, há o surgimento de problemas de saúde ou o agravamento de males que já existiam.
A perspectiva, portanto, deve ser retirar da reação o eixo da promoção à saúde e voltá-lo para a prevenção. O debate sobre a fonte de recursos se torna cada vez mais importante. Da mesma forma, temos o desafio da previdência, que, mesmo em países ricos, já mostra problemas de caixa.
Aqui, faz-se necessária uma discussão franca sobre o assunto, a começar pela situação dos funcionários públicos, que se aposentam com salário integral. Não se trata de prejudicar ninguém, mas, sim, garantir que todos recebam um benefício condizente com as próprias necessidades.
Renato Maia, geriatra