Estrutura básica insuficiente
Jornal de Brasília – 31/03/2012
Estrutura ba?sica insuficiente
“Ainda falta um projeto para estruturar a sau?de ba?sica do DF”, alertou Maria Fa?tima de Sousa, co- ordenadora do Nu?cleo de Estudos em Sau?de Pu?blica da Universidade de Brasi?lia (UnB). Na ana?lise da especialista, ale?m de poucos postos e centros de sau?de nas a?reas rurais do DF, ha? uma desorganizac?a?o nas es- pecializac?o?es de cada unidade de atenc?a?o ba?sica. Com isso, a popu- lac?a?o na?o sabe qual local e? o mais indicado para tratar seu problema especi?fico, recorrendo aos hospitais.
“Uma vez bem estruturada, a atenc?a?o prima?ria pode resolver de 80% a 85% da demanda. Mas como na?o ha? uma rede ba?sica assim, com um fluxo de servic?o claro, os pa- cientes ficam perambulando na rede, procurando lugares que tenham mais confianc?a, e hospitais de re- fere?ncia que atendam, bem ou mal. Isso acaba lotando os ambulato?rios dos hospitais da rede pu?blica”, ex- plicou Maria Fa?tima, que tambe?m e? professora do Departamento de Sau?- de Coletiva da UnB.
Com dor nas costas, a dona de casa Meriele dos Santos, 30 anos, foi ao HUB e ao Hran, ontem. “No posto da Cidade Ocidental na?o indicam. Ja? aqui, nos jogam de um hospital para outro. No HUB e? preciso estar mor- rendo para ser atendido. E no Hran, tem de esperar muito por causa da fila”, contou.
FALTA CONTROLE
A estudante Ma?rcia Assunc?a?o, 21 anos, sequer cogita ir a um posto de sau?de. Com dor de cabec?a e no
esto?mago, preferiu esperar na fila do Hran. “Isso so? demonstra a falta de controle do sistema em intermediar os casos de urge?ncia”, reclamou.
Na opinia?o da cabeleireira Sandra Pereira, 33 anos, que junto com o marido Erasmo Miranda, 36, levava o filho para tratar uma infecc?a?o de garganta no Hospital de Base, tanto os postos de sau?de quanto os hos- pitais esta?o com o mesmo problema. “O jeito e? pegar filas enormes nos dois. Isso prejudica o atendimento”, reclamou Sandra.
Faltam pessoal e espac?o fi?sico
De acordo com a subsecreta?ria de Atenc?a?o Prima?ria a Sau?de, Rosalina Aratani Sudo, um projeto estrate?gico para reestruturar toda a rede pu?blica de atendimento ba?sico e? discutido pela Secretaria de Sau?de do DF. Contudo, o plano esbarra em empecilhos que atrasam as ta?o espe radas melhorias.
“A primeira dificuldade e? a contratac?a?o de efetivo. Precisamos de mais pessoas que atendam nas nossas unidades. Hoje, contamos com 130 equipes trabalhando na estrate?gia da Sau?de da Fami?lia, programa do Governo Federal, que fazem a cobertura de 20% da populac?a?o do DF”, relatou a subsecreta?ria. “Mas o nosso maior problema e? conseguir terreno para a construc?a?o das novas unidades de atenc?a?o prima?ria. Precisaríamos de a?reas em todas as regio?es administrativas para começar , e na?o temos os lugares”, completou Rosalina.
Apesar de na?o haver previso?es sobre a contratac?a?o de mais equipes, ou a liberac?a?o de novos terrenos, a
subsecreta?ria informou que existem 60 centros de sau?de, 19 postos em a?reas urbanas e 22 nas rurais para prestar a atenc?a?o prima?ria a? po- pulac?a?o. Ale?m disso, a expectativa e? de que nos pro?ximos dois anos a cobertura realizada pela Sau?de da Fami?lia cresc?a para 50% da popu- lac?a?o do DF. Ate? 2014, e? esperado que 60% dos habitantes sejam be- neficiados pelo programa.
CONTRIBUIC?A?O
A chefe da Divisa?o de Custos e Planejamento do HUB, Roza?nia Junqueira , informou que o estudo sera? encaminhado a? Secretaria de Sau?de o mais breve possi?vel. O objetivo e? mostrar os resultados de forma que possam contribuir com a criac?a?o de novas poli?ticas pu?blicas. Nos pro?ximos anos, ela pretende desenvolver trabalhos mais aprofundados sobre o assunto. Dessa vez em um projeto de doutorado, incorporando no futuro os hospitais privados, para fazer uma comparac?a?o com os do Sistema U?nico de Sau?de no DF.
Nove edificac?o?es derrubadas
Nove edificac?o?es foram retiradas durante operac?o?es do Comite? de Combate ao Uso Irregular do Solo, ontem. Elas es- tavam erguidas em a?reas públicas no Lago Norte, Recanto das Emas e Ceila?ndia. Duas pessoas suspeitas de serem responsa?veis pelo parcelamento irregular do Lago Norte foram encaminhadas a? 6a DP (Paranoa?) e liberadas depois de prestarem depoimento. O caso esta? em apurac?a?o.
E foi no Nu?cleo Rural A?guas Quentes, no Recanto das Emas, que ocorreu a maior parte das remoc?o?es. Foram quatro edificações , sendo uma delas de dois pavimentos, e um galpa?o de 200 metros quadrados. Uma intima c?a?o demolito?ria foi expedida. O responsa?vel tera? cinco dias para retirar a edificac?a?o irregular por contra pro?pria ou sera? multado caso o governo fac?a a erradi cac?a?o. No mesmo local o Comite? entupiu 14 perfurac?o?es que eram utilizadas para a remoc?a?o ilegal de calca?rio. O crime foi comu- nicado a? Delegacia do Meio Am- biente (Dema).
Mais de 40 menores abordados
Foram encontrados um total de 47 menores em situac?a?o de risco, pelas ruas do Distrito Federal , entre a noite de quin- ta-feira e a madrugada de ontem. Tre?s deles praticavam atos ili?citos . A Operac?a?o Resgatando Jovens Candangos foi deflagrada pela delegada-chefe da Delegacia da Crianc?a e do Adolescente , Mo?nica Ferreira.
De acordo com a delegada, o objetivo da ac?a?o foi o de prestar atendimento aos adolescentes em situac?a?o de risco, nas Asas Norte e Sul e Zona Central de Brasi?lia. Para Mo?nica, este e? um nu?mero muito elevado de ado- lescentes soltos pela madrugada. “Na?o espera?vamos encontrar tantos”, afirmou.
Ao final da ac?a?o, 17 jovens na?o tinham ou na?o conseguiram contato com os responsa?veis e foram encaminhados a? Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transfere?ncia de Renda (Sedest), para encaminhamento em um abrigo. Os demais foram liberados, mediante a presenc?a dos responsa?veis.